Otimismo Jovens da América Latina e Caribe confiam em seu futuro profissional, diz OIT Pesquisa mostrou que 69% dos jovens espera trabalhar em sua própria empresa e 76% mostram-se otimistas com a possibilidade de ganhar bons salários

Publicado em: 10/08/2017 20:25 Atualizado em:

Pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que 60% dos jovens da América Latina e do Caribe têm confiança em seu futuro profissional até 2030, enquanto 40% sentem incerteza ou medo. Um total de 69% espera trabalhar em sua própria empresa, 76% mostraram-se otimistas com a possibilidade de ganhar bons salários e 59% consideram que as mudanças associadas à tecnologia, como a robotização, serão positivas.

O otimismo dos entrevistados contrasta com a realidade diagnosticada pela OIT, que avalia que os jovens da região enfrentarão um percentual de informalidade que, em média, deverá chegar a 56% deles, e uma taxa de desemprego três vezes maior que a dos adultos. Segundo a organização, apenas no último ano, o desemprego juvenil aumentou mais de três pontos percentuais na média da região, passando de 15,1% para 18,3%.

A  pesquisa El Futuro del Trabajo que Queremos. La Voz de los Jóvenes y Diferentes Miradas desde América Latina y el Caribe, lançada hoje (10) pela organização, tentou mostar como os  jovens da América Latina e do Caribe veem o mundo do trabalho em transformação e as relações do trabalho com o avanço da tecnologia, as transformações demográficas - que inclui o envelhecimento da população e a incorporação de migrantes- , as mudanças climáticas e a dispersão da produção por diversos países.

Metodologia

Uma das explicações sugeridas pela OIT para os resultados otimistas encontrados foi a metologia utilizada na pesquisa, que foi feita em três etapas. As duas primeiras tiveram como foco a juventude do Peru. Ocorreram reuniões com especialistas e jovens lideranças, bem como pesquisas presenciais com mais de 400 participantes entre 18 e 29 anos no país andino.

Em seguida, o foco foi ampliado por meio de realização de questionário virtual respondido por 1.554 jovens, de 15 a 29 anos, de 26 países da região. A maior parte dos que responderam a pesquisa, portanto, é formada por jovens com acesso à internet e maior qualificação que a população em geral dos países pesquisados. Apesar da metodologia, na opinião da OIT, os dados permitem alimentar e aprofundar o debate sobre o futuro do trabalho na região.

A investigação considerou a situação acadêmica e laboral dos jovens; o futuro do trabalho e sua relação com a educação; a perspectiva acerca das relações de trabalho; o papel das tecnologias e os fatores considerados por eles como obstáculos ou facilitadores da concretização de oportunidades.

Maior importância

Do jovens pesquisados, 80% estavam estudando; 55% trabalhavam e 4% não estudavam e nem trabalhavam – um percentual que chega a 20% na América Latina e no Caribe, quando considerado o quadro geral da população. Entre os jovens estudantes, é forte a percepção da importância da qualificação profissional, pois 97% deles consideram que a educação recebida influi em seu cotidiano e 78% esperam fazer uma pós-graduação no futuro. Uma expectativa que é maior para as mulheres (81 %) do que para os homens (73 %) .

Os jovens que trabalham foram questionados sobre o que consideram mais importante na dinâmica laboral. No topo da lista, estão os seguintes critérios: bom salário, bom ambiente de trabalho e oportunidade de crescer na empresa. A importância da proteção social e da representação social cresce com a idade dos trabalhadores. Esses fatores foram apontados como mais importantes pelos jovens que têm entre 25 e 29 anos do que entre aqueles da faixa etária dos 15 aos 17. Para os mais velhos, é menor a importância dada, por exemplo, à qualidade do ambiente de trabalho. Em geral, os jovens que trabalham têm expectativa de trabalhar em suas próprias empresas (69 %) e no setor público (41 %) .

Ao divulgar a pesquisa próximo do Dia Internacional da Juventude, comemorado em 12 de agosto, a OIT destaca a importância dessas expectativas serem respondidas, por meio da criação de uma infraestrutura de oportunidades e emprego. Do contrário, alerta a organização, a frustração poderá impactar dinâmicas políticas e pactos sociais, além de afetar individualmente os jovens.


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