Virus Agências do INSS operam com lentidão após ataque cibernético Vírus que afetou computadores em escala global continua se espalhando nesta segunda-feira. Funcionários do INSS preenchem fichas a mão por conta do problema

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 15/05/2017 16:02 Atualizado em: 15/05/2017 16:05

Vírus WannaCry afetou servidores de mais de 150 países durante o fim de semana. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
Vírus WannaCry afetou servidores de mais de 150 países durante o fim de semana. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press


As agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) ainda sentem, nesta segunda-feira (15), o efeito do ataque do vírus WannaCry, que afetou servidores de mais de 150 países durante o fim de semana. Alguns serviços dos postos, como a inclusão de documentos no sistema e o agendamento de atendimentos, estão sendo realizados de forma manual pelos funcionários. Em algumas agências, foram colocados avisos sobre a dificuldade de atendimento.
 
Na unidade da quadra 502 Sul, de Brasília, o atendimento ficou muito prejudicado. O auxiliar de serviços gerais Wanderson Conceição de Oliveira, 29 anos, foi até o local tentar obter o resultado de uma perícia, mas voltou para casa sem a informação de que precisava. "Eu vim logo cedo para tentar saber se continuo encostado pelo INSS ou se já estou apto ao trabalho. Mas o funcionário não conseguiu acessar o sistema, para ver o resultado. Me disseram para voltar depois", contou o trabalhador.

Em nota, o INSS afirma que as agências abriram normalmente, mas reconhece que, em alguns casos, os processos estão sendo realizados manualmente, o que pode causar lentidão no atendimento. De acordo com o instituto, o vírus não infectou os servidores. No entanto, dados que estavam armazenados na área de trabalho de computadores antigos foram criptografados. No Brasil, além do INSS, os serviços mais efetados são os tribunais de Justiça.

Sequestro de dados


O vírus WannaCry é do tipo ransomware, um dos malwares mais perigosos e que mais causam danos para cidadãos, empresas e governos no mundo todo. O programa, liberado na rede por crackers, criptografa os dados e pede um resgate para que as informações sejam liberadas. Atualmente não existem uma forma de quebrar a cripotgrafia utilizada pelo vírus.
 
De acordo com a Europol, agência europeia de segurança, o ataque atingiu 200 mil pessoas em 150 países. De acordo com o mapa atualizado em tempo real da Malware Tech, o ataque ainda está em andamento em vários países, como Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e Chile. No Brasil o vírus infecta principalmente computadores em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Na França, o ataque provocou o fechamento da montadora Renault nesta segunda (veja vídeo abaixo).


 
Como se proteger

O WannaCry se aproveita de uma vulnerabilidade no sistema operacional Windows. A falha foi corrigida pela Microsoft em 14 de março, mas muitos computadores não atualizaram. Os hackers das companhias s21sec e Check-point identificaram 45 pontos de ataque, que são usados pelos crackers para infectar máquinas em vários continentes.
 
Para quem utiliza Windows 7, 8.1 ou 10, é recomendável manter o Windows na configuração de fábrica, com atualizações automáticas e firewall ativado.

A configuração do firewall pode ser verificada no Painel de Controle ou diretamente em Iniciar > Verificar status do firewall. A configuração das atualizações também está no Painel de Controle ou em Iniciar > Verificar se há atualizações (caso não localize essas opções digitando no menu iniciar, abra o Painel de Controle).

Se o Firewall estiver desativado, clique em >>Ativar ou desativar o Firewall do Windows.

Em seguida marque a opção >> Ativar o Firewall do Windows.

Se o seu computador foi infectado, no momento, não existe nada que se possa fazer para recuperar os dados. Mas remova o vírus, formate o sistema e guarde os arquivos para soluções futuras.

Se não foi infectado, não clique em e-mails suspeitos, mantenha o Firewall ligado e faça cópias de segurança de seus dados.
 


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