Paraíba Prisão de empresário que atropelou e matou agente do Detran é revogada Filho de magnata do ramo da indústria alimentícia, Rodolpho Carlos Silva atropelou um agente do Detran durante uma blitz da Lei Seca. Ele teve o pedido de prisão preventiva suspenso por desembargador amigo da família

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 23/01/2017 19:34 Atualizado em:

O empresário Rodolpho Carlos Silva dirigia um carro de luxo, marca Porsche, quando passou por uma blitz da Lei Seca, por volta das 2h da manhã de sábado, em João Pessoa. Ele não apenas descumpriu a ordem de parada dada pelo Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), como também atropelou o agente Diogo Nascimento de Souza. O funcionário do Detran chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

Rodolpho fugiu, mas a placa do automóvel (PBX-0909 - Brasília - Distrito Federal) caiu no local e foi recolhida pela equipe. Ele teve prisão preventiva decretada quase que imediatamente pela juíza Andréa Arcoverde, do 1º Juizado Especial Misto. No entanto, menos de doze horas após a decisão, o desembargador Joás de Brito, futuro presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, mandou soltar o empresário, antes mesmo do mandado de prisão ser cumprido.

Rodolpho Carlos está ligado a um poderoso grupo econômico no Nordeste. Ele é filho do magnata paraibano dono do Grupo São Braz, que é um dos maiores produtores de café torrado do país. E é neto de José Carlos da Silva, ex-vice governador da Paraíba. Além do conglomerado de indústrias alimentícias, a família também é dona de empresas de comunicação locais - incluindo TV afiliada da Rede Globo.

Na decisão que pede a prisão temporária de Rodolpho, a magistrada destaca que a detenção é de extrema relevância para elucidação do crime e apuração da participação do suspeito. “Em verdade, o acusado evadiu-se do local do crime sem prestar socorro à vítima, demonstrando a intenção de furtar-se a sua responsabilidade penal pelos fatos praticados. Além do mais, o acusado, em liberdade, poderá destruir provas, dificultando o esclarecimento do crime”, frisou a juíza.

O empresário ainda está foragido. O delegado Marcos Paulo Vilela informou que a Polícia Civil faz buscas para prender o suspeito. Ele afirmou que denúncias sobre a localização de Rodolpho Carlos podem ser feitas no Disque Denúncia 197.


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