Tempestade Sete bairros são atingidos por vendaval em Vargem Grande Paulista Cerca de três prédios públicos foram danificados e outros três galpões destelhados, 25 postes de energia caíram e cerca de 30 árvores estão em risco de queda

Publicado em: 07/06/2016 15:30 Atualizado em:

Vendaval provocou destelhamento de casas no município de Vargem Grande Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.
Vendaval provocou destelhamento de casas no município de Vargem Grande Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.
Sete bairros da cidade de Vargem Grande Paulista foram atingidos pelos fortes ventos que acompanharam a chuva dessa segunda-feira à tarde. A tempestade, que teve também descargas elétricas, provocou queda de árvores e de postes, destelhamento em residências e em uma quadra poliesportiva. Pelo menos três prédios públicos foram danificados e outros três galpões destelhados, 25 postes de energia caíram e cerca de 30 árvores estão em risco de queda.

Os bairros atingidos foram: Jardim Margarida, Jardim Floresta, Jardim Marialda, Jardim Helena Maria, Bela Vista, Portão Vermelho e Chácara Planalto. A prefeitura decretou emergência no município.

De acordo com o prefeito Roberto Rocha, o vendaval começou por volta das 16h, varrendo um trecho no sentido sul-norte, e durou pelo menos 15 minutos. “O vento começou na Rodovia Bonjiro Nakao, derrubando árvores e destruindo galpões comerciais. Nos bairros seguintes, que são residenciais, também caíram árvores e postes, e as casas ficaram destelhadas.”


No bairro Bela Vista, dois prédios da área da saúde foram danificados com destruição de portas e vidros. Além disso, o vento arrancou a cobertura da quadra poliesportiva de uma escola recém-construída. A cobertura de zinco caiu retorcida em uma rua próxima. “Esse telhado foi arremessado a uma distância de mais ou menos 150 metros, quebrando fios e postes e caindo na Rua Helena, em frente a outra escola municipal. Esta foi a pior das situações.”

Segundo Rocha, nos sete bairros mais afetados, residem 5 mil pessoas e 48 estão desalojadas (abrigadas em casas de amigos e parentes). “Temos cinco equipes nos bairros levantando as necessidades. As pessoas foram atendidas durante a madrugada, e colocamos à disposição uma quadra de esportes para abrigá-las, caso seja necessário. A prefeitura está providenciando também atendimento para mudança para aqueles que não puderem voltar para casa”. A limpeza nas ruas já está sendo feita.

Ainda não é possível fechar um balanço de todos os estragos, que estão sendo avaliados pela Defesa Civil, mas a expectativa é que, até sexta-feira, a situação esteja normalizada, principalmente com o religamento da energia elétrica, já que esses bairros ainda estão sem luz. “Ainda estamos fazendo uma quantificação das casas atingidas. Depois vamos encaminhar para a Secretaria Municipal de Assistência Social, que fará uma triagem para avaliar as necessidades de cada um”, disse o coordenador da Defesa Civil do município, Francisco Bispo.

Segundo Bispo, pelo menos três pessoas foram atendidas no pronto-socorro. “Foram pessoas que não tiveram nada grave, nenhuma escoriação, ficaram assustadas apenas. Temos que agradecer que nada mais grave aconteceu.”


A dona de casa Maria Gaudêncio, de 50 anos, vive em um quintal dividido com mais duas famílias, estava em casa com o marido no momento da ventania. O maior estrago foi na parte de cima, onde vive um casal que estava trabalhando. “A ventania começou de repente, com muita força e foi muito rápida. Na hora eu pensei que a casa estava pegando fogo porque começou a pipocar tudo lá em cima com as telhas quebrando. Quando saímos, deu para ver o estrago. Parecia que o mundo estava acabando”.

A aposentada Vera Lúcia Novaes Andrade percebeu que o céu estava escurecendo e foi recolher a roupa do varal. Rapidamente, Vera Lúcia viu o vendaval começar, com as telhas voando em sua direção. “Eu me abriguei embaixo da cobertura da lavanderia, mas ela é aberta e tudo vinha em cima de mim. O vento vinha reto e trazia tudo para cá”. Vera teve a chance de observar ainda a cobertura do ginásio voando. “Eu só vi levantar. Depois, não vi mais nada e rezei.”

Tanto Maria quanto Vera estavam limpando a casa e consertando o telhado, ação repetida por outros moradores nesse e em outros bairros.


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