Defesa civil Projeto ambiental ajuda moradores atingidos pelas chuvas na região serrana

Publicado em: 01/07/2015 20:12 Atualizado em:

Moradores atingidos pelas chuvas na região serrana do Rio, em 2011, quando morreram mais de 900 pessoas, estão recebendo apoio de uma ouvidoria itinerante do projeto Viva Rio Socioambiental.

A ajuda faz parte do projeto Rios da Serra – promovido pela Secretaria de Estado do Ambiente (Sea) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) – para recuperação ambiental das áreas do entorno mais impactadas pelo fenômeno climático.

De acordo com a secretaria, o investimento total em obras nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo é de R$ 1,124 bilhão. Todas as obras emergenciais na região já foram concluídas, e outras estão em andamento.

Em Nova Friburgo, as principais obras são a drenagem e canalização  do Rio Bengalas e serviços de dragagem, obras hidráulicas para proteção de taludes no Córrego D’Antas.

Em Teresópolis, ainda precisa ser feita a substituição de travessias dos Rios Imbuí e Paquequer e a construção de barragem nos rios Príncipe e  Meudon.

Em Petrópolis, estão previstas a complementação das obras nas calhas dos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão, a recomposição vegetal dos parques fluviais, nos Rios Santo Antônio e Cuiabá.

Segundo a secretaria de meio ambiente, 2.479 moradores residentes em áreas com risco de inundação foram cadastrados no projeto Rios da Serra. Destes, 1,06 mil moram em Friburgo, 785, em Petrópolis, e 634, em Teresópolis. Do total, 1.337 moradores já negociaram suas indenizações.

Na última sexta-feira (26), 29 famílias das áreas de risco de inundação e deslizamentos receberam cheques de indenização – no valor total de R,424 milhão – entregues pelo secretário estadual do ambiente, André Côrrea. Na manhã do próxima sexta-feira (3), uma equipe do Inea entregará um cheque de indenização a moradores de Petrópolis, em local a ser definido.

O aposentado Samuel Augusto da Costa, de 76 anos, morador de Teresópolis, perdeu três pessoas e a casa, na tragédia de 2011. Ele foi um dos que receberam o cheque de indenização. “Eu perdi tudo em 15 minutos”, relembra. Ele passou a morar na casa da sobrinha, com a família, após o desastre. “Essa indenização vai ajudar muito, mas não representa nem um terço do que perdi.”

O coordenador do Viva Rio Socioambiental, Tião do Santos, disse que o projeto,que trabalha com as famílias atingidas pela tragédia, visa a educação ambiental."É, também, uma mediação de conflitos, pois com a tragédia, muitos traumas ficaram nas comunidades.”

Em cada uma das cidades da região há uma sede do Viva Rio Socioambiental, que atende a população, oferecendo informações todos os dias. Nas terças e quintas, uma equipe é deslocada para as comunidades para fazer o serviço da ouvidoria itinerante. “Vamos até as comunidades e atendemos as pessoas no espaço onde elas vivem”, explicou o coordenador.

Em geral, as equipes do Viva Rio Socioambiental se instalam em lugares de maior movimento, próximo a algum bar mais popular, para servir de mesa portátil e anotar as sugestões e reclamações dos moradores. Dependendo da necessidade, as equipes podem circular pelos bairros atendidos em outros dias da semana.

A coordenadora de projetos socioambientais do Viva Rio Socioambiental, Márcia Rolemberg, numerou as principais demandas dos moradores. Ela disse que há muitos questionamentos sobre a regularização fundiária, questões ligadas à violência por causa dos usos indevidos dos escombros, e sobre casas que estão para ser removidas, além de reclamações sobre as obras.

Márcia disse que muitas demandas têm sido atendidas, mas a maior dificuldade é o diálogo e a proximidade com o morador.  “Tem sido positivo para a comunidade [o projeto Viva Socioambiental}, pois eles estavam muito solitários. Com a gente, eles vêem uma forma de mediação e de mobilização. Poder fazer fluir o diálogo é muito bacana”, afirmou.”

 

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