Rio de Janeiro Complexo do Alemão será reocupado pela Polícia Militar, diz governo Após as mortes dos últimos dias, o governador Pezão afirmou que estado fortalecerá a política de pacificação na comunidade

Publicado em: 06/04/2015 07:33 Atualizado em:

Depois da morte de Eduardo, moradores do Alemão fizeram três manifestações contra a violência no complexo de favelas. Foto: Agência Brasil
Depois da morte de Eduardo, moradores do Alemão fizeram três manifestações contra a violência no complexo de favelas. Foto: Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão afirmou, neste domingo (5/4), que o Complexo do Alemão voltará a ser ocupado pela política de pacificação da Polícia Militar. De acordo com ele, o estado reforçará a presença dos policiais no Alemão e também em outras comunidades cariocas. "A gente já vem discutindo o fortalecimento de algumas UPPs. O Alemão é uma delas. Vamos entrar mais forte, fazer uma reocupação", disse Pezão em comunicado oficial divulgado no site do governo.

Pezão também anunciou que novos policiais serão contratados, por isso não será necessário o reforço das Forças Armadas, e os atuais efetivos das UPPs passarão por uma reciclagem. Atualmente, 1.230 policiais militares atuam nas UPPs no Alemão.

A medida foi anunciada após as mortes dos últimos dias no Complexo do Alemão, que incluem a do menino Eduardo de Jesus Ferreira de apenas 10 anos morto na quinta-feira (2) durante um confronto entre policiais e traficantes na comunidade. O governador se pronunciou sobre o fato ao dizer que o estado continuará a dar assistência à família da criança, que viajou para o Piauí com apoio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro para enterrar o corpo da criança, e que a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) em parceria com a Divisão de Homícidios investigará o caso.

Os policiais do Batalhão de Polícia de Choque e da CPP, que estavam na ocorrência, já respondem a um inquérito da PM, foram afastados do policiamento das ruas e tiveram as armas recolhidas para realização de exame balístico, que poderá apontar de onde veio o tiro que atingiu a criança.

Desde o início deste ano, confrontos se tornaram rotina no Complexo Alemão, que reúne 15 comunidades com 70 mil pessoas. Eduardo foi a sexta vítima de bala perdida no conjunto de favelas, desde a última quarta-feira (1º). Por conta da violência, os moradores fizeram uma caminhada em que pediam paz e acusavam os policiais de serem responsáveis pelas mortes. Segundo a população, as forças de segurança foram violentos e começaram um confronto.



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