° / °
Mundo
OPOSITORA

Corina Machado foi representada pela filha na entrega do Nobel da Paz

A opositora do governo venezuelano é proibida de viajar pelas autoridades do país há uma década

Isabel Alavarez

Publicado: 10/12/2025 às 15:21

Líder opositora da Venezuela, María Corina Machado/foto: Gabriela Oraa/AFP

Líder opositora da Venezuela, María Corina Machado (foto: Gabriela Oraa/AFP)

Nesta quarta-feira (10), a ganhadora do Nobel da Paz, María Corina Machado, estará em Oslo, na Noruega, mas não participará da cerimônia de entrega do prêmio. Em um áudio divulgado pelo Instituto Nobel, Corina explica que estava a caminho do país, no entanto não conseguiria chegar a tempo do cerimonial. "Quero agradecer em nome do povo venezuelano por este enorme reconhecimento da luta do nosso povo pela democracia e liberdade", disse na mensagem.

A opositora do governo venezuelano é proibida de viajar pelas autoridades do país há uma década e vive na clandestinidade a mais de um ano. Em novembro, o procurador-geral da Venezuela, alinhado com o presidente Nicolás Maduro, afirmou que, em caso de saída do país, ela seria considerada "foragida".

Ana Corina Sosa Machado, filha de Corina, recebeu o Nobel da Paz e leu o discurso em seu nome. “Estou aqui em nome da minha mãe, María Corina Machado, que uniu milhões de venezuelanos num esforço extraordinário. Graças a todos vocês, a luta pela verdade, pela democracia, e pela paz de todo um povo é reconhecida mundialmente".

“A minha geração nasceu numa democracia vibrante e nós tomávamos isso como garantido. Presumíamos que a liberdade era tão permanente quanto o ar que respirávamos. Quando percebemos o quão frágeis as nossas instituições se tinham tornado, um homem que outrora liderara um golpe militar para derrubar a democracia foi eleito presidente. Muitos pensavam que o carisma poderia substituir o Estado de Direito. Hoje, nove milhões de venezuelanos foram forçados a fugir do país. Já se passaram três décadas de luta contra uma ditadura brutal e já tentamos tudo: os diálogos foram traídos, os protestos de milhões foram esmagados, as eleições foram engendradas. Acreditar num futuro parecia impossível. No entanto, em outubro de 2023 a Venezuela acordou e reclamou o seu direito de votar nas eleições primárias, que uniram uma rede de cidadãos. Renasceu então a confiança de uma nação, Mas, o regime me proibiu de se candidatar à presidência. Foi um duro golpe, mas os mandatos pertencem ao povo”, discursou Ana o texto da mãe.

A opositora também denunciou o “terrorismo de Estado” do governo liderado por Maduro se referindo aos sequestros, torturas e perseguições aos opositores, Corina Machado, além disso, condenou os crimes contra a humanidade, que foram documentados pela Organização das Nações Unidas.

Já a filha de Corina ainda anunciou que a mãe estaria em Oslo dentro de algumas horas e que poderia finalmente abraçá-la após 16 meses separadas, já que Corina Machado entrou na clandestinidade após a última eleição presidencial da Venezuela, em agosto do ano passado. A sua última aparição pública foi no dia 9 de janeiro, numa manifestação em Caracas contra a tomada de posse de Maduro.

Mais de Mundo

Últimas

WhatsApp DP

Mais Lidas

WhatsApp DP

X