Venezuela adverte para 'extinção' do direito internacional por ataques dos EUA
Os Estados Unidos enviaram ao Caribe o maior porta-aviões do mundo e posicionaram navios de guerra e aviões de combate na região
Publicado: 26/11/2025 às 22:24
Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab (FEDERICO PARRA / AFP)
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, advertiu nesta quarta-feira (26) sobre a "extinção" do direito internacional devido aos ataques que os Estados Unidos realizaram em águas internacionais do Caribe contra lanchas de supostos narcotraficantes.
Ao menos 83 pessoas morreram nos ataques desde setembro. Os Estados Unidos enviaram ao Caribe o maior porta-aviões do mundo e posicionaram navios de guerra e aviões de combate na região sob o argumento de combater o tráfico de drogas, mas a Venezuela denuncia que isso é apenas um pretexto para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
"Estamos às portas da extinção absoluta do direito internacional, resultado destas ações à margem da lei", disse o procurador-geral aos jornalistas. "Já com a primeira ação", o Conselho de Segurança da ONU tinha que ter evitado "que isso continue acontecendo".
"Mas escalou ao ponto em que se fala de 20 ataques e, se eles oficialmente falam de 80 mortos, certamente é mais", acrescentou.
Saab também negou que Maduro seja o líder do suposto Cartel de los Soles, como garantem os Estados Unidos, e afirmou que se trata de "uma invenção da CIA [...] e da DEA", as agências de inteligência e de repressão às drogas dos Estados Unidos, respectivamente.
Especialistas apontam que o Cartel de los Soles corresponde mais a redes de corrupção permissivas com atividades ilícitas do que a uma organização do tráfico de drogas como tal.
Na segunda-feira, os Estados Unidos classificaram esse grupo como organização terrorista.
O presidente americano, Donald Trump, alterna entre ameaças e conciliação sobre a possibilidade de ataques em território venezuelano.
Trump disse que autorizou ações encobertas da CIA no país sul-americano, mas também assegura estar disposto a conversar com Maduro.