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Israel diz que tomará medidas enérgicas contra colonos violentos na Cisjordânia

"São uma minoria que entra na Judeia e Samaria e não representam a maioria dos colonos, que respeitam a lei e são leais ao Estado", justificou Netanyahu.

Isabel Alavarez

Publicado: 17/11/2025 às 14:53

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu/RONEN ZVULUN/POOL/AFP

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (RONEN ZVULUN/POOL/AFP)

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que as ações recorrentes de violência dos colonos contra palestinos na Cisjordânia ocupada irão receber uma resposta muito forte. No entanto, o premiê sublinhou que Israel é uma nação de leis, apesar de receber críticas frequentes, dos locais e da comunidade internacional, sobre a impunidade em relação aos israelenses radicais e ultraortodoxos da região.

"São uma minoria que entra na Judeia e Samaria e não representam a maioria dos colonos, que respeitam a lei e são leais ao Estado", justificou Netanyahu.

Na semana passada, o comandante do exército israelita, Eyal Zamir, expressou a intenção de acabar com os ataques de colonos. "Estamos determinados a pôr fim a este fenômeno e agiremos com firmeza até que a justiça seja feita. Não toleraremos o comportamento criminoso de uma pequena minoria que mancha a imagem de uma população cumpridora da lei", indicou Zamir.

As Nações Unidas registrou, em outubro, um aumento da violência em quase duas décadas. De acordo com o Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), foram notificados pelo menos 270 ataques de colonos, alguns incendiários, que resultaram em vítimas e vários danos materiais na Cisjordânia no mês passado. “Há imagens recentes que documentam colonos incendiando deliberadamente casas, carros, caminhões de entrega e outros alvos, além de agressões a palestinos”, afirmou Thameen al-Kheetan, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A onda de violência de colonos israelenses na Cisjordânia também preocupa os Estados Unidos. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, manifestou preocupação, temendo que a violência prejudique o processo de paz na Faixa de Gaza.

Na semana passada, a polícia e o exército de Israel já relataram a detenção de diversos colonos por envolvimento em ataques violentos contra palestinos em Beit Lid, no norte da Cisjordânia, uma ação incomum que ocorreu depois de muitas denúncias das autoridades locais e organizações de defesa dos direitos humanos sobre a impunidade que se beneficiam os habitantes judeus nos territórios ocupados.

Já o presidente israelense, Isaac Herzog, condenou recentemente estes ataques, classificando-os como chocantes e inaceitáveis.

Nas últimas semanas, os ataques atribuídos a colonos cada vez mais jovens e violentos, geralmente residentes em postos avançados, os assentamentos ilegais, vem escalando na Cisjordânia, tendo como alvo não apenas residentes palestinos, mas também jornalistas, ativistas de Israel e estrangeirose até militares israelenses.

Mais de 500 mil israelenses vivem na Cisjordânia em assentamentos regularmente condenados pelas Nações Unidas como ilegais ao abrigo do direito internacional, entre cerca de três milhões de palestinos.

A violência explodiu no território desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, em 07 de outubro de 2023. A partir de então, mais de mil palestinos morreram em episódios de agressão na Cisjordânia, de acordo com dados da ONU. Entretanto, apesar do cessar-fogo no enclave palestino em vigor desde o 10 de outubro deste ano, os ataques atribuídos a colonos não pararam e inclusive registraram um crescimento com o período da colheita de azeitona e destruição de olivais no território.

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