° / °
Mundo
ONU

ONU adverte sobre a alarmante onda de violência na Cisjordânia

A onda de violência de colonos israelenses na Cisjordânia também preocupa os Estados Unidos

Isabel Alavarez

Publicado: 14/11/2025 às 17:50

Cisjordânia /JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Cisjordânia (JAAFAR ASHTIYEH / AFP)

Nesta semana cerca de cem colonos israelenses lançaram um ataque incendiário a uma área agrícola da Cisjordânia ocupada, que deixou quatro pessoas feridas.

O Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos alerta para a escalada de violência dos colonos israelenses contra os palestinos na Cisjordânia, onde o mês passado foi o mais violento da última década, com pelo menos 270 ataques notificados. Segundo o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Thameen al-Kheetan, outubro registrou mais ataques de colonos na Cisjordânia do que qualquer outro mês desde 2006. “Há imagens recentes que documentam colonos incendiando deliberadamente casas, carros, caminhões de entrega e outros alvos, além de agressões a palestinos”, acrescentou.

A onda de violência de colonos israelenses na Cisjordânia preocupa os Estados Unidos. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, manifestou preocupação e teme que a violência prejudique o processo de paz na Faixa de Gaza.


Durante a noite de ontem também incendiaram uma mesquita na região e vandalizaram as paredes exteriores com palavras de ódio e de vingança. O incêndio criminoso ocorre um dia apos as Forças de Defesa de Israel terem respondido a um novo incidente e reconhecido um aumento acentuado de casos de terrorismo perpetrados por judeus ultraortodoxos na Cisjordânia.

Além disso, imagens de videovigilância mostram dezenas de colonos israelenses, com o rosto coberto e armados com paus, que invadiram uma instalação de laticínios e atacaram os trabalhadores.

O comandante da brigada regional das Forças de Defesa de Israel (IDF) no norte da Cisjordânia condenou os recentes ataques conduzidos pelos colonos israelenses contra palestinos. O coronel Ariel Gonen, comandante da Brigada Regional de Samaria, classificou os ataques como um fenômeno grave e perigoso, que já causou danos a palestinos que não estão envolvidos e até as próprias forças de segurança.

“Nos últimos tempos, temos assistido a um aumento acentuado e significativo do número e da gravidade dos incidentes violentos nacionalistas no setor da brigada e em toda a Judeia e Samaria, na Cisjordânia, em geral. Todos os soldados e comandantes devem agir tanto quanto possível para impedir atos de violência e crimes nacionalistas. Estes atos são injustificáveis e intoleráveis este tipo de violência compromete a estabilidade da segurança na região”, afirmou.

O presidente de Israel, Yitzhak Herzog, também condenou a onda de ataques contra palestinos e apelou a uma reação firme das autoridades.

Mas, o exército de Israel anunciou hoje a cidade palestina de Burin, no norte da ocupada Cisjordânia, como zona militar, barrando ativistas judeus que iam ajudar na colheita de azeitona, já prejudicada pelos contínuos ataques por parte de colonos israelenses da região.

“Os terroristas dos assentamentos andam à vontade. Sete ônibus de ativista pela Paz foram parados no posto de controle. É o governo do terror judaico”, acusou a ONG Paz Agora no X.

No comboio estavam ainda membros da organização Rabinos Pelos Direitos Humanos. Há semanas, uma das suas voluntárias foi ferida enquanto ajudava a apanhar da azeitona devido a um ataque com drone pelos colonos.

A ONU denuncia o agravamento da situação neste território palestino, além das anexações ilegais e omissão a uma cada vez maior agressão dos colonos israelenses contra os palestinos na Cisjordânia. “Este aumento da violência acontece numa altura em que as autoridades israelenses intensificaram as demolições de casas, as expropriações, as detenções e as restrições à circulação”, sublinhou Thameen al-Kheetan.

Além do mais, a Autoridade Nacional Palestina relatou na quinta-feira (13) a morte perto de Hebron, no sul da Cisjordânia, de dois adolescentes, ambos de 15 anos, por disparos das forças de Israel.

Enquanto o exército israelense tinha indicado anteriormente que os soldados que operavam na zona de Karmei Tzur, um assentamento judaico perto da aldeia palestina de Beit Omar, a poucos quilômetros a norte de Hebron, haviam eliminado dois terroristas que estavam prestes a realizar um ataque. Os militares não forneceram mais detalhes sobre o incidente fatal.

Mais de Mundo

Últimas

WhatsApp DP

Mais Lidas

WhatsApp DP

X