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OTAN inicia implementação de sistema no leste europeu contra incursão de drones

O Kremlin negou qualquer ligação com os drones

Isabel Alvarez

Publicado: 06/11/2025 às 16:05

Bandeira da Otan na sede da organização em Bruxelas. Foto: AFP/Arquivos Georges Gobet/

Bandeira da Otan na sede da organização em Bruxelas. Foto: AFP/Arquivos Georges Gobet ()

Segundo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Polônia e a Romênia começaram a instalação de um novo sistema norte-americano de armas defensivas, chamado Merops, contra drones russos, após uma série de invasões no espaço aéreo da aliança militar nos últimos meses. Além dos dois países, a Dinamarca também avisou que usará o sistema.

As autoridades europeias atribuíram os incidentes à guerra híbrida da Rússia. O Kremlin negou qualquer ligação com os drones.

As incursões expuseram vulnerabilidades da OTAN e aumentaram a tensão na Europa, onde foram registrados drones em outras várias regiões como Munique e Berlim, assim como nas proximidades de bases militares na Bélgica e na Dinamarca. Além disso, hoje foi avistado drones no aeroporto de Landvetter, em Gotemburgo, a segunda maior cidade da Suécia. “O espaço aéreo esta fechado e o tráfego suspenso enquanto a polícia investiga", reportou a Autoridade de Aviação Civil da Suécia.

Mas, com o novo sistema a estratégia ocidental visa reforçar a defesa da parte leste da Aliança Atlântica, que permitirá identificar drones e se aproximar usando ferramentas de Inteligência Artificial para navegar mesmo quando as comunicações por satélite e eletrônicas estão bloqueadas.

De acordo com responsáveis da OTAN, o objetivo é ainda tornar a fronteira com a Rússia tão bem armada que as forças de Moscou sejam dissuadidas de qualquer tentativa de incursão, desde a Noruega, a norte, até à Turquia, a sul. A necessidade de uma tecnologia deste tipo se tornou mais premente depois de cerca de 20 drones russos terem entrado no espaço aéreo polonês, no início de setembro. Caças de milhões de dólares precisaram ser mobilizadas para enfrentar drones que custam apenas dezenas de milhares.

Apesar da origem dos drones nem sempre pudesse ser atribuída diretamente à Rússia ou relacionada com a guerra na Ucrânia, a urgência em reforçar as defesas aéreas se tornou um ponto-chave para os aliados. Uma vez que se houver combate prolongado de drones, ou uma guerra em larga escala, esgotaria os orçamentos ocidentais e os limitados arsenais de mísseis.

“O que este sistema faz é nos fornecer uma detecção muito precisa, porque consegue identificar os drones e neutralizá-los a um custo reduzido. É muito mais barato do que fazer descolar um caça F-35 para abatê-los com um míssil. O Merops, basicamente, combate drones com drones, que pode disparar diretamente contra o aparelho hostil ou transmitir informação às forças terrestres ou aéreas para que o abatam. Como os drones voam baixo e devagar, dificulta a sua detecção por radares calibrados para identificar mísseis de alta velocidade. Podem ainda ser confundidos com aves ou aeronaves e é aí que o sistema Merops ajuda a corrigir essas falhas”, explicou o coronel Mark McLellan, chefe adjunto das operações do Comando Terrestre Aliado da OTAN.

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