OMS apela por ajuda internacional urgente no financiamento da saúde
"O mundo enfrenta hoje uma emergência global de financiamento da saúde que exige uma ação coordenada e urgente", alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus
Publicado: 03/11/2025 às 19:34
                                Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus (foto: Fabrice COFFRINI / AFP)
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu nesta segunda-feira (03) a necessidade de uma ação urgente para salvar vários sistemas básicos de saúde no mundo, que já estão sendo seriamente atingidos pelos drásticos cortes orçamentais na ajuda internacional. "O mundo enfrenta hoje uma emergência global de financiamento da saúde que exige uma ação coordenada e urgente", alertou.
Os Estados Unidos, que eram tradicionalmente o maior doador mundial, reduziu severamente a sua ajuda externa após a volta do presidente Donald Trump à Casa Branca, além de outros países que também limitaram as suas despesas no setor. A OMS estima que até o fim deste ano a ajuda internacional à saúde terá uma queda de mais de 30% em comparação com 2023. Os dados preliminares de março já indicavam o agravamento nos sistemas de serviços de saúde em cerca de 70% dos países em desenvolvimento ou mais pobres. "Um terço dos países relatam escassez crítica de medicamentos essenciais e programas de saúde", afirmou Tedros.
O chefe da OMS acrescentou que a pandemia da Covid-19 já havia causado dívidas profundas de manobra orçamentária cada vez mais reduzida, agravando décadas de subinvestimento crônico em saúde pelos orçamentos nacionais. Mas, Tedros ainda considera que a crise atual pode representar uma oportunidade, no caso acabar com a dependência do auxílio estrangeiro e traçar uma nova era de soberania, autonomia e solidariedade.
Para isso, a OMS publicou hoje novas recomendações para combater os efeitos imediatos e a longo prazo dos cortes na ajuda internacional, entre as quais, que os países afetados invistam mais na saúde, diminuindo gradualmente a dependência externa e dando prioridade às populações mais pobres. Na África, onde os sistemas de saúde são particularmente vulneráveis e atingidos pelas reduções da ajuda internacional, diversos países começam a empregar esforços para aumentar as suas despesas com a saúde.