Conselho da Paz da Noruega cancela cerimônia do Nobel dedicada a María Corina Machado
Órgão independente alegou que a homenagem à líder da oposição venezuelana não condiz com os princípios
Publicado: 25/10/2025 às 18:19
A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado discursa para apoiadores durante um protesto convocado pela oposição na véspera da posse presidencial, em Caracas, em 9 de janeiro de 2025 (FEDERICO PARRA/AFP)
O Conselho da Paz da Noruega anunciou nesta sexta-feira (25/10) que não realizará a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz deste ano, que seria dedicada à líder da oposição venezuelana María Corina Machado. A decisão, segundo comunicado oficial, não altera a condição de Machado como ganhadora do prêmio, concedido pelo Comitê Norueguês do Nobel, entidade autônoma responsável pela seleção dos laureados.
Composto por 17 organizações independentes, o Conselho explicou que a premiação “não está alinhada com os valores da instituição”. Em nota, a presidente Eline H. Lorentzen classificou o cancelamento como “uma decisão difícil, mas necessária”, destacando o respeito da entidade pelo Comitê do Nobel e pelo legado do prêmio.
“Temos grande respeito pelo Comitê do Nobel e pelo Prêmio Nobel da Paz, mas precisamos ser fiéis aos nossos próprios princípios e ao amplo movimento pela paz que representamos”, afirmou Lorentzen, acrescentando que o Conselho espera “celebrar o Nobel da Paz novamente nos próximos anos”.
O comunicado também reforça que o Conselho seguirá atuando em prol da paz, do desarmamento, do diálogo e da resolução pacífica de conflitos, pilares que norteiam sua missão institucional.
María Corina Machado foi oficialmente anunciada como vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 10 de outubro, em reconhecimento ao seu trabalho na defesa dos direitos democráticos e à sua luta por uma transição pacífica e justa da ditadura para a democracia na Venezuela.
A líder da oposição ganhou projeção internacional ao comandar a campanha contrária ao regime de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho de 2024. Embora o governo tenha declarado vitória de Maduro, a oposição apresentou documentos contestando o resultado. Desde então, Machado vive na clandestinidade, temendo ser presa pelo regime.
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