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ONU quer abertura das fronteiras de Gaza e sem obstáculos à entrega de ajuda

A ONU confirmou que na terça-feira as passagens fronteiriças de Israel para Gaza foram fechadas

Isabel Alvarez

Publicado: 15/10/2025 às 17:20

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, confirmou que o país vai passar a recusar vistos aos representantes da organização/Foto: AFP

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, confirmou que o país vai passar a recusar vistos aos representantes da organização (Foto: AFP)

O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência das Nações Unidas, Tom Fletcher, declarou hoje que a ajuda aos civis na Faixa de Gaza não pode ser usada como "moeda de troca". A ONU confirmou que na terça-feira as passagens fronteiriças de Israel para Gaza foram fechadas.

"Ao longo desta crise, insistimos que negar ajuda a civis não pode ser usado como moeda de troca. O fornecimento de ajuda é uma obrigação legal Não aceitaremos quaisquer obstáculos à distribuição da nossa ajuda. Ninguém esperava que isto fosse simples ou fácil. Mas, devemos restaurar a confiança e a esperança através de ações concretas. Israel deve permitir uma onda maciça de ajuda humanitária, da qual dependem tantas vidas e que o mundo inteiro tem exigido. Precisamos de mais passagens fronteiriças abertas e de uma estratégia genuína, prática e direcionada para resolver os problemas que subsistem”, afirmou.

Fletcher instou Israel a abrir imediatamente os pontos de acesso da Faixa de Gaza à ajuda humanitária, tendo denunciado que, apesar de no inicio desta semana a ONU tenha conseguido começar a expandir a distribuição de ajuda humanitária, depois de meses de frustração e bloqueios, ontem já enfrentaram novos empecilhos para pôr em prática o que foi acordado, ou seja, a abertura de postos fronteiriços.

As autoridades israelenses informaram as Nações Unidas de que será permitida apenas a entrada de 300 caminhões, que é metade do número mínimo estabelecido no plano de paz do presidente dos EUA Donald Trump. Fontes israelitas ainda acusam o Hamas de violar o acordo, porque o grupo continua a reter corpos de reféns em Gaza. A mídia israelense publicou que Israel espera devoluções de mais corpos de reféns na noite desta quarta-feira.


Já Donald Trump disse hoje em uma entrevista ao canal CNN que consideraria permitir que o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu retomasse a ação militar em Gaza se o Hamas se recusar a cumprir a sua parte do acordo de cessar-fogo. “As forças israelenses poderiam voltar às ruas assim que eu disser a palavra. O que está a acontecer com o Hamas, isso será resolvido rapidamente”, indicou.
Por sua vez, o Coordenador da Ajuda de Emergência da ONU apelou ainda que o Hamas faça enérgicos e urgentes esforços para a devolução de todos os corpos dos reféns mortos. "Também me preocupam profundamente as provas de violência contra civis em Gaza", acrescentou, deixando claro que as Nações Unidas prestarão ajuda neutra que chegue aos civis, não aos grupos armados.

Para Fletcher, o teste definitivo ao acordo é que as famílias estejam seguras e unidas, que as crianças estejam alimentadas, protegidas e regressem à escola, e que palestinos e israelenses possam encarar o futuro com mais segurança, justiça e oportunidades: "O mundo já falhou muitas vezes; não deve falhar desta vez", defendeu.

Segundo reportaram as agências de noticias internacionais, a passagem de Rafah deverá ser reaberta na próxima quinta-feira, porém a decisão está sendo negociada. Além disso, uma missão da União Europeia intervém nesta questão. No entanto, ainda não há confirmação oficial por parte do Exército israelense e do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Testemunhas relataram que os caminhões estão parados em Rafah, sem autorização para entrar em Gaza. Mas, de acordo com Tel Aviv, a ajuda humanitária continua a entrar em Gaza através da passagem de Kerem Shalom após as inspeções de segurança.

Israel e o Hamas anunciaram na noite de 08 de outubro um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a primeira fase de um plano de paz proposto por Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egito, Catar, Estados Unidos e Turquia.

No entanto, Israel voltou a atacar Gaza apesar da trégua. Segundo a agência de noticias espanhola EFE, tanques e drones israelenses abriram fogo hoje em vários locais no norte da Faixa de Gaza e na cidade de Rafah, ao sul, atingindo tendas de refugiados em Mawasi, Até o momento, não há relato de vítimas mortais ou pessoas feridas devido ao ocorrido.

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