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ORIENTE MÉDIO

Flotilha de missão humanitária para Gaza é atacada por drones

A flotilha é composta por cerca de 50 navios com ativistas, políticos, jornalistas e médicos de mais de 40 nacionalidades

Isabel Alvarez

Publicado: 24/09/2025 às 17:07

Flotilha Global Sumud/Fethi Belaid/AFP

Flotilha Global Sumud (Fethi Belaid/AFP)

A Flotilha Global Sumud, composta por cerca de 50 navios com ativistas, políticos, jornalistas e médicos de mais de 40 nacionalidades, incluindo a ecologista sueca Greta Thunberg, é a maior já organizada até o momento. A Flotilha segue em direção a Faixa de Gaza com ajuda humanitária, mas o grupo denunciou que foram alvo de um ataque de múltiplos drones ao largo da costa da ilha grega de Creta na noite de terça-feira (23), tendo sido ouvidas onze explosões intimidatórias, que danificaram velas e mastros de alguns navios, mas não houve feridos. A ofensiva é atribuída às forças israelenses, que avisou que a frota não desembarcará em Gaza.

A Itália anunciou o envio de uma fragata militar para possíveis operações de socorro e o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, busca mediar com Tel Aviv uma autorização para que a ajuda chegue ao destino. "O governo da Itália analisa todas as opções para evitar novas ações ofensivas contra os navios da Flotilha", indicaram fontes da diplomacia italiana.

Já o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) apelou hoje para o fim dos ataques à flotilha e pediu uma investigação. "Deve ser realizada uma investigação independente, imparcial e aprofundada sobre os ataques e a intimidação que foram relatados. Esses ataques devem cessar e os responsáveis por essas violações do Direito Internacional devem ser responsabilizados. Os ataques e ameaças contra aqueles que estão a tentar levar ajuda e apoiar as centenas de milhares de pessoas em Gaza que sofrem de fome e inanição desafiam a compreensão", afirmou um porta-voz do ACNUDH, Thameen al-Kheetan.

A frota partiu no início de setembro de Barcelona, na Espanha, e de outros portos, e já havia denunciado ter sido alvo de dois ataques de drones próximo a Tunes. No entanto, apesar disso, os navios pretendem chegar a Gaza e quebrar o cerco israelense depois de duas tentativas barradas por Israel em junho e julho. "Se tudo correr bem, poderemos chegar dentro de seis a sete dias a Gaza e entregar a ajuda humanitária que trazemos a bordo", disse o ativista português Miguel Duarte, admitindo que tem dúvidas sobre se conseguirão chegar ao enclave palestino diante da pressão israelense.


O governo israelense garantiu na última segunda-feira que não permitiria que a flotilha chegasse ao enclave palestino, propondo que atraquem no porto de Ascalon, comunicando que se encarregaria de fazer chegar os itens ao destino.

"Vamos a caminho de Gaza para entregar pessoalmente a ajuda humanitária à população de Gaza", destacou Duarte. Uma vez que os ativistas recusam entregar a Israel a ajuda que transportam, por considerarem que não chegará ao povo palestino.

Enquanto isso, dezenas de eurodeputados também subscreveram uma carta aos presidentes das instituições e chefe da diplomacia da União Europeia (UE), pedindo que condenem as ameaças à flotilha humanitária que se dirige a Gaza.


Em junho passado, Israel deteve no mar os navios da Flotilha da Liberdade que tentavam chegar a Gaza, segundo a organização em águas internacionais, e deportaram os seus membros, alguns dos quais após passarem por prisões israelenses.

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