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Pentágono impõe novas restrições aos jornalistas

Jornalistas credenciados precisam, agora, de aprovação do Departamento de Defesa dos EUA para publicar qualquer informação. Em caso de descumprimento, pode ter risco de perder a credencial

AFP

Publicado: 20/09/2025 às 15:37

 Vista aérea do Pentágono/Daniel SLIM / AFP

Vista aérea do Pentágono (Daniel SLIM / AFP)

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos começou a exigir que os jornalistas credenciados contem com sua aprovação para publicar qualquer informação que lhe diga respeito, classificada ou não, sob o risco de perderem o acesso ao Pentágono.

Essas novas condições, comunicadas na noite de sexta-feira (19) aos jornalistas afetados, representam um novo passo na luta travada por Donald Trump e sua administração contra a imprensa tradicional, a quem acusa de ser-lhe desfavorável.

A informação do Departamento de Defesa "deve ser aprovada para divulgação pública por um funcionário autorizado, antes de sua publicação, mesmo que não seja classificada", estabelece o novo documento.

Isso inclui informações coletadas por jornalistas por meio de fontes internas anônimas, fora dos canais oficiais de comunicação.

O descumprimento dessa norma é citado explicitamente como justificativa para retirar a credencial.

"Se as notícias sobre nossas forças armadas devem ser aprovadas primeiro pelo governo, o público já não recebe informação independente", declarou o presidente do Clube Nacional de Imprensa de Washington, Mike Balsamo.

"Só recebe o que os funcionários querem que vejam. Isso deveria alarmar todos os americanos", acrescentou o chefe dessa associação de jornalistas, antes de instar o Pentágono a revogar esse requisito.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu na sexta-feira outra disposição desse novo formulário de credenciamento.

"A imprensa já não pode circular pelos corredores de uma instalação segura. Use sua credencial e cumpra as normas, ou vá para casa", escreveu no X.

Trump, depois de processar o Wall Street Journal e o New York Times e se regozijar com a suspensão do programa do comediante Jimmy Kimmel de sua emissora por seus comentários políticos, qualificou na sexta-feira como "ilegal" a cobertura midiática que considerou excessivamente negativa sobre ele.

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