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ELEIÇÕES

Irfaan Ali é reeleito presidente da Guiana

O Partido Progressista do Povo/Cívico (PPP/C), liderado por Ali, obteve 242.497 votos válidos, o equivalente a 55% do total

AFP

Publicado: 07/09/2025 às 17:08

Mohamed Irfaan Ali/Joaquin SARMIENTO/AFP

Mohamed Irfaan Ali (Joaquin SARMIENTO/AFP)

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, foi reeleito para um segundo mandato consecutivo, segundo o primeiro boletim oficial da autoridade eleitoral divulgado no sábado (6), cinco dias após as eleições.

O Partido Progressista do Povo/Cívico (PPP/C), liderado por Ali, obteve 242.497 votos válidos, o equivalente a 55% do total. Ele já havia se afirmado vencedor das eleições na quarta-feira em declarações à AFP.

Neste domingo, o líder de centro-esquerda disse que seu novo governo se dispõe a acelerar a exploração de petróleo e que vai impulsionar novos contratos de participação que garantam mais riqueza "para o povo".

"Nosso setor de petróleo e gás continuará crescendo, expandindo a produção e a receita para nossa gente. Mas, por que parar aí?", disse Ali em seu discurso de posse.

"Vamos avançar com novas explorações sob um acordo de participação na produção mais sólido, assegurando que os benefícios sejam maiores, os ganhos, mais amplos, e a riqueza seja verdadeiramente para o povo", acrescentou.

O presidente, de 45 anos, fez campanha prometendo tirar o país de 850.000 habitantes da pobreza, alavancando sua riqueza petrolífera. Ele também terá que lidar com a questão polêmica do Essequibo, região rica em petróleo e minerais reivindicada pela vizinha Venezuela.

O boletim oficial coloca o partido WIN, fundado há três meses pelo magnata Azruddin Mohamed, apelidado de "Trump guianense", em segundo lugar, com 24,8%.

O APNU, que representa a população negra, terminou em terceiro lugar, com 17,7% dos votos.

A Comissão Eleitoral da Guiana (GECOM) "declarou o candidato presidencial do PPP/C, Dr. Mohamed Irfaan Ali, presidente eleito", diz o anúncio oficial divulgado perto da meia-noite.


Riqueza petroleira

Ali, proveniente da majoritária comunidade de origem indiana, assumirá um segundo mandato de cinco anos em um momento em que aumentam as tensões com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que reivindica soberania sobre o Essequibo e nomeou autoridades para essa região em eleições controversas realizadas em maio.

O líder guianense conta com o apoio dos Estados Unidos, que neste momento também atravessa um período de tensão com a Venezuela após o envio de navios de guerra ao Caribe para operações contra o narcotráfico.

A disputa pelo Essequibo é centenária, mas intensificou-se em 2015, após a descoberta de uma enorme riqueza petrolífera.

A Guiana possui hoje as maiores reservas de petróleo per capita do mundo. Começou a exploração em 2019 e espera alcançar uma produção de um milhão de barris por dia (b/d) em 2030, ante os 650.000 b/d atuais.

Essa riqueza permitiu quadruplicar em cinco anos o orçamento do Estado (6,7 bilhões de dólares/36,15 bilhões de reais em 2025) com o maior crescimento econômico da América Latina (43,6% em 2024). Isso deve aumentar ainda mais.

"Temos ampla maioria e estamos prontos para levar o país adiante", disse Ali na quarta-feira à AFP em uma breve declaração por telefone.

O PPP/C obteve 36 assentos na Assembleia Nacional, enquanto o Investimos na Nação (WIN) conquistou 16, a Aliança pela Unidade Nacional (APNU) garantiu 12 vagas e o Movimento Guiana Avante (FGM), uma.

A Guiana recorreu em 2018 à Corte Internacional de Justiça (CIJ) para ratificar um laudo de 1899 no qual foram fixadas as fronteiras atuais, mas a Venezuela rejeita a jurisdição desse órgão e reivindica o Acordo de Genebra de 1966, que estabelece as bases para uma solução negociada.

A apuração eleitoral neste pequeno país leva dias devido à complexidade das eleições do ponto de vista logístico, pois mais de 95% de seu território é coberto por floresta tropical.

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