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FAIXA DE GAZA

Israel afirma que já controla quase a metade da Cidade de Gaza

Anúncio ocorre após mais de três semanas de bombardeios intensivos

Isabel Alvarez

Publicado: 04/09/2025 às 19:38

Bombardeio na Faixa de Gaza  /JACK GUEZ/AFP

Bombardeio na Faixa de Gaza (JACK GUEZ/AFP)

O Exército de Israel anunciou hoje que já controla 40% da Cidade de Gaza, após mais de três semanas de bombardeios intensivos e demolições sistemáticas de prédios como parte do seu plano de ocupação da capital do enclave palestino.

"Hoje, controlamos 40% da cidade. A operação continuará a se expandir e intensificar nos próximos dias. Continuamos a atacar sistematicamente as infraestruturas do Hamas", disse o porta-voz militar israelense, Effie Defrin.

O plano das autoridades israelenses prevê a ocupação total da Faixa de Gaza e a deportação forçada de milhares dos seus habitantes, numa região que a ONU já declarou que se encontra afetada pela fome.

Segundo fontes de saúde do enclave palestino, os ataques militares de hoje provocaram a morte de 69 pessoas, sendo que 39 foram na capital do território, além de mais de 50 feridos, incluindo crianças.

O número de mortos no conflito na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense ultrapassou os 64 mil, informou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza e o total dos feridos contabilizados são 161.583, de acordo com os novos dados. Também há milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e centenas que morreram de doenças, infecções e fome.

A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas em outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.


Comissária da UE classifica situação em Gaza como genocídio

A comissária europeia espanhola Teresa Ribera classificou nesta quinta-feira (4) a situação na Faixa de Gaza como genocídio, lamentando a inação dos 27 membros da União Europeia (UE) sobre o assunto. A vice-presidente executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva da Comissão Europeia é o primeiro membro do executivo europeu a emitir uma declaração explícita de genocídio na região.

"O genocídio em Gaza realça a incapacidade da Europa para agir e falar a uma só voz, mesmo com os protestos a se alastrarem pelas cidades europeias", disse Ribera.

Os 27 países do bloco ainda estão divididos quanto à posição a ser adotada em relação a Israel na guerra em Gaza. Alguns membros, como a Alemanha, insistem no direito de Israel de se defender, em conformidade com o Direito Internacional, ao passo que outros, como a Espanha, vem há meses denunciando "o genocídio dos palestinos em Gaza". Estas divisões paralisam qualquer ação concreta da UE nesta questão. Mas, a Comissão Europeia decidiu, por isso, no final de junho, que o governo israelense violava um artigo do Acordo de Associação entre Israel e a UE relativo ao respeito dos direitos humanos. Como resposta, propôs a suspensão de determinados financiamentos europeus para empresas startups israelenses, no entanto esta decisão ainda não recebeu um sinal verde dos países, apesar de semanas de negociações.

Já Tel Aviv reagiu às falas de Ribera, considerando as acusações infundadas e totalmente inaceitáveis.

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