Enviado dos EUA visitará Gaza para inspecionar entrega de ajuda humanitária
O enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Steve Witkoff, e o embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee, visitarão Gaza na sexta-feira (1)
Publicado: 31/07/2025 às 18:51

Crianças palestinas fazem fila para receber uma refeição quente em um ponto de distribuição de alimentos em Nuseirat, em 30 de junho de 2025. Após mais de 20 meses de conflito devastador entre Israel e o movimento militante islâmico Hamas, grupos de direitos humanos afirmam que a população de Gaza, de mais de dois milhões de pessoas, enfrenta condições semelhantes à fome. (Foto de Eyad BABA / AFP) ( AFP)
A Casa Banca anunciou que o enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Steve Witkoff, e o embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee, visitarão na sexta-feira (1) a Faixa de Gaza para vistoriar a entrega de ajuda humanitária.
“O objetivo é de salvar vidas e pôr fim à crise, inspecionando os atuais locais de distribuição de alimentos e para pôr em prática um plano de entrega de mais alimentos aos habitantes de Gaza”, disse Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca,
A declaração acontece após um encontro em Tel Aviv entre os representantes norte-americanos e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que Leavitt qualificou como muito produtiva. A pauta da reunião se centrou na guerra no enclave palestino.
Segundo a porta-voz, depois da ida de Witkoff aos centros administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), o enviado reportará a Donald Trump num relatório sobre como esta a situação. “Witkoff também se encontrará com os residentes de Gaza para ouvir e se inteirar em primeira mão dos relatos do território”, acrescentou Leavitt.
Já a distribuição de ajuda pela controversa Fundação, apoiada por Israel e os EUA, é considerada pelas ONGs e a ONU como insuficiente e tem sido marcada por episódios de desespero, caos e de violência por parte das forças israelitas.
De acordo com o mais recente balanço, aproximadamente 111 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, sendo que a maioria enquanto procuravam ajuda em Gaza. Outras 820 pessoas ficaram feridas.
O gabinete dos direitos humanos da ONU na Palestina relatou que pelo menos 1.373 pessoas já foram mortas em Gaza desde o final de maio na busca por ajuda. Destas, 859 estavam perto de locais operados pela FHG e 514 estavam próximas de rotas percorridas por comboios de ajuda humanitária.
A ONU também afirma que as pausas na ofensiva de Israel contra o Hamas não foram suficientes para ajudar a população a superar uma crise de fome cada vez mais grave. A agência humanitária das Nações Unidas (OCHA), enfatizou que após quatro dias das "pausas táticas" das forças israelenses, palestinos continuam a morrer de fome e desnutrição, além das vítimas entre aqueles que procuram ajuda. O número de vitimas fatais relacionadas com a fome e má nutrição atingiu 159 pessoas, incluindo muitas crianças.
Jornalistas mortos em Gaza chegam a 232
O número de jornalistas mortos em Gaza devido aos ataques do exército de Israel atingiu a marca de 232 com a morte na quarta-feira do fotojornalista Ibrahim Hajjaj, de 35 anos, informou hoje o Sindicato dos Jornalistas Palestinos.
O Sindicato lamentou a morte de Hajjaj, vítima de um bombardeio aéreo israelense na cidade de Gaza e destacou que a sua mensagem continuará viva. A organização ainda condenou os ataques contra jornalistas em Gaza, que classificou como uma política deliberada e sistemática de execuções no terreno, cujo objetivo é silenciar a voz da verdade palestina e intimidar os profissionais da comunicação social.

