° / °

Mundo
Ásia

Tailândia e Camboja reafirmam compromisso com cessar-fogo na fronteira

O governo tailandês e cambojano concordou com um cessar-fogo após cinco dias de violentos confrontos que causaram mais de 40 mortos

Isabel Alvarez

Publicado: 30/07/2025 às 14:27

 The interior of a damaged building is seen at a village near the Cambodia-Thailand border in Oddar Meanchey province on July 30, 2025, after cross-border clashes between the two nations killed at least 43 on both sides. Thailand accused Cambodia on July 30 of a

The interior of a damaged building is seen at a village near the Cambodia-Thailand border in Oddar Meanchey province on July 30, 2025, after cross-border clashes between the two nations killed at least 43 on both sides. Thailand accused Cambodia on July 30 of a "flagrant violation" of a truce deal to end cross-border fighting, saying Cambodian troops launched an overnight attack on the frontier. (TANG CHHIN Sothy / AFP)

As autoridades do Camboja e da Tailândia asseguraram hoje no encontro com o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Sun Weidong, que os seus países estão comprometidos com o consenso alcançado para o cessar-fogo após um conflito fronteiriço.

“Os representantes do Camboja e da Tailândia reiteraram a Pequim o compromisso com o cessar-fogo e expressaram o seu agradecimento pelo papel positivo da China para amenizar a situação, que continua a desempenhar um papel construtivo no apoio aos dois países para resolver pacificamente a sua disputa fronteiriça", diz o comunicado da chancelaria chinesa.

O governo tailandês e cambojano concordou na última segunda-feira com um cessar-fogo após cinco dias de violentos confrontos que causaram mais de 40 mortos de ambos os lados, apos uma disputa territorial, que é histórica, terminar num conflito militar em vários pontos da fronteira entre as duas partes. O acordo foi selado com a mediação da Malásia, país que detém a presidência rotativa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), sendo que a China participou como observador e os Estados Unidos como co-organizador.

No entanto, Bangkok acusou na terça-feira (29) a violação do pacto por parte do país vizinho e hoje já voltou a denunciar o Camboja de violar a trégua. Enquanto isso, Pnhom Penh nega e reafirmou que está comprometida com o acordo do fim das hostilidades. O porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata, rejeitou as acusações e garantiu que o seu país está comprometido com o acordo assinado que entrou em vigor à meia-noite entre segunda e terça-feira.

 

Depois de semanas de tensões na fronteira, na quinta-feira (24) eclodiu o confronto por questões territoriais entre os exércitos dos dois países, que se acusaram mutuamente de ter iniciado os ataques. A disputa fronteiriça atingiu um grau de violência que não se via desde 2011, envolvendo aviões de guerra, tanques, tropas terrestres e fogo de artilharia. Durante os cinco dias de conflito, cerca de 43 pessoas morreram, 30 do lado tailandês e 15 do lado cambojano, além de aproximadamente 300 mil pessoas terem sido deslocadas, de acordo com os balanços oficiais.

O conflito entre os dois países nessa região fronteiriça remonta a mais de um século, quando as duas nações do sudeste asiático traçaram a sua fronteira após o fim da ocupação francesa no Camboja. E, apesar do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), principal órgão jurisdicional das Nações Unidas ter atribuído ao Camboja a zona contestada abaixo do templo Preah Vihear, o traçado de outras zonas continua a criar oposições nas partes envolvidas.

Mais de Mundo