Número de mortos em queda de avião militar em escola de Bangladesh sobe para 31
A queda do avião deixou mais de 170 feridos, a maioria sendo crianças com queimaduras graves
Publicado: 22/07/2025 às 09:11

Militares da Força Aérea de Bangladesh inspecionam o local do acidente um dia após um jato de treinamento ter colidido com uma escola em Daca, em 22 de julho de 2025. Um caça de Bangladesh caiu contra uma escola na capital, Daca, em 21 de julho de 2025, matando pelo menos 20 pessoas e ferindo mais de 170 no acidente de aviação mais mortal do país em décadas. (Foto de MUNIR UZ ZAMAN / AFP) ( AFP)
O número de mortos do acidente provocado pela queda de um avião militar sobre uma escola na capital de Bangladesh subiu nesta terça-feira para 31, a maioria estudantes que faleceram vítimas de queimaduras.
A aeronave sofreu uma falha mecânica logo após a decolagem e caiu na manhã de segunda-feira sobre um edifício do campus escolar Milestone de Daca, que sofreu um incêndio.
Segundo o balanço mais recente divulgado nesta terça-feira pelo Exército, o acidente provocou 31 mortes, incluindo o piloto, e deixou mais de 170 feridos, a maioria crianças com queimaduras graves.
"Ainda temos 69 pacientes hospitalizados", declarou à imprensa um funcionário de alto escalão do Ministério da Saúde e Família, Sayedur Rahman. "Dez deles lutam entre a vida e a morte", disse.
O acidente de segunda-feira é a maior catástrofe aérea registrada em décadas no país do sul da Ásia, que respeitou nesta terça-feira um dia de luto nacional.
A aeronave, um F-7 BGI de fabricação chinesa, havia decolado minutos antes de uma base aérea nas imediações de Daca e caiu sobre um prédio de dois andares no horário das aulas.
O piloto do avião, o tenente de 27 anos Towkir Islam, não resistiu aos ferimentos. Um tio do militar afirmou que este era o primeiro voo sem instrutor de Islam com este modelo de aeronave.
Segundo o Exército, o militar tentou afastar a aeronave das áreas habitadas durante a queda.
"A escola perdeu a vida"
Um dia após a tragédia, o campus de Milestone, ao noroeste da capital, estava praticamente vazio. Em um dia normal, o local recebe quase 7.000 alunos.
"A escola perdeu a vida, como seus alunos", comentou Shahadat Hosein, um professor de 45 anos, em um pátio vazio.
Diante do prédio destruído pelo avião, um menino de 11 anos permanece em silêncio. "Ele saiu da aula dois ou três minutos antes da catástrofe. Perdeu o melhor amigo", explica Abdul Bashar, seu pai e um dos seguranças da escola.
"Ele não conseguiu dormir a noite inteira e me pediu para trazê-lo até a escola", acrescenta. "Não sei quanto tempo será necessário para voltar ao normal, para apagar o trauma dos alunos", afirma.
Ao redor do pátio, alguns professores se reuniram, muitos deles chorando. Com voz baixa, alguns questionaram como um avião militar foi autorizado a sobrevoar a cidade durante um treinamento.
As autoridades abriram uma investigação sobre as circunstâncias do acidente e as causas da falha mecânica.
No local do desastre, isolado pelas autoridades, alguns militares procuram indícios. Os principais destroços do avião foram retirados durante a noite.
"Continuam acumulando elementos de prova, assim como pedaços de cadáveres ou objetos pertencentes aos estudantes", explicou o policial Pohone Chakma à AFP.
Na segunda-feira, o Exército informou que o acidente pode ter sido provocado por um problema mecânico.
Muitos alunos da escola sofreram queimaduras graves e precisaram ser hospitalizados em Daca.
O chefe de Governo provisório do país, o Nobel da Paz Muhammad Yunus, decretou um dia de luto nacional.

