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Trump diz que processará jornal WSJ por publicar carta que escreveu ao pedófilo Epstein

Na carta assinada por Trump há várias linhas de texto datilografado, contidas dentro do contorno de uma mulher nua

Isabel Alvarez

Publicado: 18/07/2025 às 16:02

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump/Foto: Brendan SMIALOWSKI / AFP) (

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: Brendan SMIALOWSKI / AFP) ()

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que processará o jornal Wall Street Journal (WSJ) pela publicação de uma alegada carta de teor obsceno que teria enviado ao magnata Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual e pedofilia e que se matou na prisão em 2019.

Segundo o WSJ, a ex-assistente de Epstein, Ghislaine Maxwell, que cumpre uma pena de 20 anos de prisão por ser cúmplice do magnata, recolheu cartas de Trump e de outros amigos e clientes associados de Epstein para incluir num álbum de 2003 como um presente de aniversário.

Na carta assinada por Trump há várias linhas de texto datilografado, contidas dentro do contorno de uma mulher nua. O WSJ destaca na reportagem que a assinatura do republicano surge rabiscada abaixo da cintura da mulher, imitando pelos púbicos. A carta é finalizada com uma citação atribuída a Trump: "Feliz aniversário e que cada dia seja mais um segredo maravilhoso".

Já Trump afirmou que a carta é falsa e prometeu que processará também a News Corp, o conglomerado que detém o jornal, e o proprietário do grupo, Rupert Murdoch. "A imprensa precisa aprender a ser honesta e a não confiar em fontes que provavelmente nem sequer existem. O WSJ tornou-se um jornal imundo e sujo e escrever mentiras como esta demonstra o seu desespero para se manter relevante", argumentou. escreveu o líder republicano, na quinta-feira.

O presidente dos EUA disse que já ordenou ao Departamento de Justiça a divulgação de mais documentos sobre o caso, uma vez que os seus apoiadores vêm pressionando por mais informações sobre o caso Epstein e que foi uma promessa de campanha de Trump. “Com base na quantidade ridícula de publicidade dada a Jeffrey Epstein, pedi à Procuradora-Geral Pam Bondi que apresentasse todo e qualquer testemunho pertinente do Grande Júri, sujeito à aprovação do Tribunal”, avançou.


Recentemente a Casa Branca insistiu que Trump tem sido transparente na condução do caso, num contexto em que aumentam as críticas da base de apoio do republicano. A porta-voz presidencial, Karoline Leavitt, declarou que a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, e o diretor e vice-diretor do FBI, Kash Patel e Dan Bongino, respectivamente, passaram muitos meses a rever todos os arquivos relacionados com Jeffrey Epstein e chegaram a conclusões com base no que encontraram no memorando que elaboraram e publicaram. Leavitt se referiu às conclusões apresentadas pelo FBI e pelo Departamento de Justiça na semana passada, que são consistentes com as informações publicadas em fevereiro. As autoridades concluíram que Epstein não tinha uma lista de clientes e confirmou que ele se suicidou na prisão federal onde estava detido, em agosto de 2019.

 

Trump busca conter a revolta do MAGA

Após ter alimentado as teorias da conspiração em torno da morte do pedófilo na prisão e dos seus clientes famosos durante e depois da campanha de 2020, o presidente agora é obrigado a sair em defesa da procuradora-geral dos EUA.

A repercussão vem causando grande descontentamento entre os seguidores do movimento MAGA (Make America Great Again), o principal slogan de Trump desde a sua campanha, que constituem a base de apoio do republicano e acreditam firmemente na teoria da conspiração que o próprio Trump ajudou a disseminar após perder as eleições de 2020. Muitos dos adeptos do MAGA inclusive já chegaram a queimar os bonés com o slogan.

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