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Confrontos no sul da Síria causaram mais de 500 mortes

No mais recente balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) pelo menos 516 pessoas morreram

Isabel Alvarez

Publicado: 17/07/2025 às 13:45

 Rubble lies inside the heavily damaged Syrian army and defence ministry headquarters complex in Damascus, following Israeli strikes on July 16, 2025./Bakr ALkasem / AFP

Rubble lies inside the heavily damaged Syrian army and defence ministry headquarters complex in Damascus, following Israeli strikes on July 16, 2025. (Bakr ALkasem / AFP)

No mais recente balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) publicado hoje, pelo menos 516 pessoas morreram, até agora, na cidade de Sweida, no sul da Síria.

A ONG reportou que, desde domingo, morreram 243 membros das forças governamentais, 154 civis, incluindo 83 pessoas sumariamente executadas por membros dos Ministérios da Defesa e do Interior sírios, 79 combatentes drusos, 18 combatentes beduínos e três membros de tribos beduínas executados sumariamente por combatentes drusos.

Após violentos confrontos entre a comunidade drusa e tribos beduínas em Sweida, que tiveram inicio no último fim de semana, as forças sírias e seus aliados foram enviados a região. O OSDH avançou que 15 membros das forças sírias foram mortos nos ataques israelenses ao país. Mas, de acordo com o Observatório, as forças governamentais da Síria estão se retirando de Sweida, de maioria drusa, depois de um novo acordo de cessar-fogo alcançado na noite de quarta-feira (16).

Na véspera, Israel também efetuou múltiplos ataques na Síria, incluindo dois em Damasco, contra o quartel-general do exército sírio e outro junto ao palácio presidencial, e ocorreram com o início de conflitos armados entre combatentes beduínos sunitas e milícias drusas no sul do país. O OSDH relatou ainda pelo menos dois bombardeios aéreos israelenses contra Sweida. Estes ataques ordenados por Tel Aviv, alegadamente em apoio aos drusos, foram condenados pelo Governo sírio e pela comunidade internacional.

 

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, e o líder sírio, Ahmed al-Sharaa, discutiram os ataques de Israel a Damasco num telefonema realizado nesta quinta feira (17). Erdogan manifestou apoio a Damasco, saudou o cessar-fogo alcançado com a população drusa na Síria e disse a Sharaa que os ataques de Israel era inaceitável, além de uma ameaça a toda a região. Além disso, o presidente interino da Síria condenou Israel por atacar em larga escala instalações civis e governamentais em Damasco. “A ação israelense teria levado a uma escalada em larga escala, não fosse a intervenção efetiva da mediação norte-americana, árabe e turca, que salvou a região de um destino desconhecido", afirmou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou pelo fim imediato de todas as violações da soberania e da integridade territorial da Síria.
"O secretário-geral condena os crescentes ataques aéreos de Israel em Sweida, Daraa e no centro de Damasco, assim como os relatos sobre a redistribuição das Forças de Defesa de Israel nos Montes Golã. Guterres está igualmente alarmado com a contínua escalada de violência em Sweida, uma zona de maioria drusa, no sul do país, onde já morreram centenas de pessoas. Guterres condenou a violência contra civis na Síria, incluindo relatos de assassinatos arbitrários e atos que atiçam as chamas das tensões sectárias e roubam ao povo da Síria a oportunidade de paz e reconciliação após 14 anos de conflito brutal", disse o porta-voz Stéphane Dujarric.

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