Relatório de investigação digital alerta para alta na desinformação da IA generativa
Segundo o relatório, os chatbots enfrentam dificuldade em distinguir fatos de ficção
Publicado: 11/07/2025 às 15:47

Inteligência Artificial (IA) (Freepik)
A desinformação distribuída por ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa cresceu de 24% em maio para 40% em junho, o que constatou a vulnerabilidade no desempenho destes modelos com acontecimentos, principalmente de última hora e atualidades.
A análise do Laboratório de Investigação Digital da NewsGuard, ferramenta de jornalismo e tecnologia que avalia a credibilidade de notícias e informações e rastreia a desinformação online, revelou que as IA falham em replicar o trabalho jornalístico, no processo de verificação de dados, e acabam por reforçar narrativas enganosas quando não têm acesso a dados validados. "A IA ainda não é capaz de substituir funções jornalísticas essenciais em momentos críticos", afirma o relatório.
A auditoria mensal feita aos 11 principais chatbots do mercado, avaliou modelos como o ChatGPT-4 (OpenAI), Gemini (Google), Copilot (Microsoft), Meta AI e Grok (xAI), entre outros. No total, os chatbots analisados repetiram alegações falsas em 28,49% dos casos, ofereceram uma não-resposta em 11,51% das vezes e apenas 60% das respostas foram consideradas corretas. "A onda de eventos de notícias de última hora de alto perfil em junho de 2025 resultou numa alta percentagem de informações falsas repetidas pelos chatbots de IA", diz o documento do Laboratório de Investigação Digital.
Segundo o relatório, os chatbots enfrentam dificuldade em distinguir fatos de ficção e mostram como estas ferramentas se transformaram em propagação involuntária de informações falsas quando dados confiáveis são ocultados ou desvirtuados pela repetição e viralidade, sobretudo durante episódios de rápida evolução. Os modelos de IA continuam vulneráveis à ‘poluição informativa’ online, em especial em períodos de grande incerteza ou quando a informação factual ainda está em desenvolvimento.
Para além do relatório mensal da NewsGuard, também no Relatório de Riscos Globais 2025, divulgado no último Fórum Econômico Mundial, já foi alertado a desinformação como o maior perigo imediato para a humanidade.
Esse fenômeno, que por muito tempo distorceu processos democráticos, influenciou eleições e minou a confiança em instituições públicas e no jornalismo, alcançou um novo patamar com as tecnologias de fácil acesso. O impacto da informação falsa ou enganosa, disseminada com intenção maliciosa, já não se limita mais ao campo político. Agora, ela se infiltra ainda no mundo corporativo, colocando empresas em uma posição exposta e desprotegida, o que acelera um ciclo arriscado que ameaça a integridade das organizações. “Em breve, a desinformação será um dos maiores obstáculos ao progresso e à confiança nas estruturas sociais e econômicas", advertiu o Relatório de Riscos Globais 2025.

