Tensão no Oriente Médio prende comitivas brasileiras em Israel
Autoridades brasileiras estão retidas em Israel por conta do conflito com o Irã. Grupo participa de evento oficial e aguarda resgate, enquanto Itamaraty busca alternativa de saída do país pela Jordânia
Eduarda Espósito - Correio Braziliense e Maiara Marinho - Correio Braziliense
Publicado: 15/06/2025 às 08:25

Bunker em hotel abrigou a comitiva: uns optaram por passar a noite no local, enquanto outros voltaram para o quarto (Reprodução Instagram @flaviovalle.rio)
Duas comitivas com autoridades políticas estaduais e municipais brasileiras estão presas em Israel devido ao confronto do país com o Irã. O grupo foi ao país depois de um convite israelense para participar do Muni Israel — evento destinado a países de língua portuguesa — entre 6 e 20 de junho. A iniciativa é uma parceria entre o Ministério de Relações Exteriores de Israel e o Consórcio Brasil Central. Durante todo o sábado, os brasileiros utilizaram as redes sociais para dizer que estavam bem, seguros e bem atendidos pelas autoridades israelenses, mas que não havia previsão de retorno.
O Ministério de Relações Exteriores (MRE) afirmou que está em contato com as autoridades competentes: Israel recomendou que os brasileiros não deixem o país até que a situação seja considerada segura. "Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre", afirmaram.
O Itamaraty também entrou em contato com o Ministério de Relações Exteriores da Jordânia. De acordo com o MRE, o objetivo é estudar uma alternativa de rota de resgate. "(o contato tem o objetivo de) abrir uma alternativa de evacuação por aquele país, quando as condições de segurança em Israel permitam um deslocamento por terra até a fronteira", declarou o órgão. A pasta informou, ainda, que o secretário de África e Oriente Médio manteve o contato com autoridades israelenses pedindo "tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras".
O Itamaraty também publicou uma nota aconselhando brasileiros a evitarem viagens para Israel, Jordânia, Iraque, Irã, Líbano, Palestina e Síria devido ao aumento da tensão na região e divulgaram telefones das embaixadas brasileiras das regiões para os brasileiros que estão nesses países. Também aconselhou a seguirem as instruções dadas pelas autoridades locais até que a situação melhore para realizarem um retorno seguro.
O deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB) viajou na sexta-feira a caminho da Arábia Saudita para encontrar o pai, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP-PB), que está em Israel. Em contato com o chanceler Mauro Vieira e com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), o parlamentar busca soluções para retirar o pai de Israel e, concomitantemente, contribuir para o resgate das comitivas brasileiras.
Quem são
Encontram-se em Israel 18 autoridades de municípios de 11 estados, entre elas o governador de Rondônia, Marcos Rocha; os prefeitos Álvaro Damião (Belo Horizonte), Cícero Lucena (João Pessoa), Johnny Maycon (Nova Friburgo), Nélio Aguiar (Santarém), Vanderlei Pelizer (Uberlândia); e a vice-prefeita Claudia Lira (Goiânia); além dos secretários Pedro Leonardo Rezende (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás); e Rasível Santos (Secretaria de Saúde de Goiás), e autoridades do Distrito Federal.
Eles encontram-se em um bunker localizado dentro de um hotel para onde os hóspedes se deslocam sempre que há alertas nacionais de novos ataques. "A integridade e a segurança da comitiva é prioridade absoluta neste momento. A Embaixada Brasileira em Israel está ciente da situação e os membros da delegação aguardam suas orientações sobre retorno para o Brasil assim que o espaço aéreo for liberado", informou ainda a Secretaria de Saúde de Goiás, em nota.
Com informações do Correio Braziliense.

