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ORIENTE MÉDIO

Israel justifica bloqueio a Gaza com defesa do mundo livre e arma milícia rival do Hamas

Recentemente Netanyahu também admitiu que está fornecendo armas a milícias rivais do Hamas em Gaza

Isabel Alvarez

Publicado: 09/06/2025 às 21:08

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu/RONEN ZVULUN/POOL/AFP

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (RONEN ZVULUN/POOL/AFP)

O governo israelense defendeu hoje a legitimidade do bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, justificando que protege o seu país e todo o mundo livre dos terroristas do Hamas e de todos aqueles que o apoiam.

Recentemente Netanyahu também admitiu após a notícia vir a público que está fornecendo armas a milícias rivais do Hamas em Gaza, organizações próximas ao ISIS, ligada ao grupo terrorista Estado Islâmico. Quem revelou primeiramente a informação foi o ex-ministro da Defesa e atual parlamentar israelense, Avigdor Liberman, na semana passada, dizendo que o governo de Israel estava distribuindo rifles para grupos extremistas em Gaza, classificando a operação como uma completa loucura. Os políticos da oposição israelense alertaram que a medida coloca em risco a segurança nacional.

Já, segundo David Mencer, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que com o trabalho da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma empresa privada apoiada pelo país e os Estados Unidos, já entraram 1.200 caminhões no enclave palestino nas últimas duas semanas, o que representa a distribuição de 11 milhões de refeições a população, sem que caíssem nas mãos do Hamas. "Isto se deve à intervenção da fundação", garantiu.

Mencer ainda defendeu a realização de uma distribuição organizada de ajuda, apesar do registro de vários episódios de violência, com mortos e feridos. Também disse que o exercito está tomando medidas para minimizar os danos para os civis, incluindo nos esforços de evacuação.

Após a interrupção muito limitada de um bloqueio total imposto por Israel por mais de dois meses, que privou a toda a população de Gaza de qualquer ajuda humanitária, a FHG iniciou as suas operações há pouco tempo com a entrada de um número muito abaixo de caminhões capazes de suprir as necessidades urgentes do povo palestino. De acordo com a ONU, os caminhões diários devem ser no mínimo de 500 a 600. Desde então, a distribuição alimentar da FHG tem sido precária e marcada por cenas caóticas, assim como o resultado de vítimas fatais por tiros disparados pelos militares perto dos seus centros. As Forças de Defesa de Israel alegam que foram tiros de advertência.

As Nações Unidas descreveu os centros de distribuição como “armadilhas mortais”, no qual palestinos famintos são obrigados a percorrer zonas de combate e caminhar entre arame farpado rodeados por guardas privados armados. O secretário-geral da ONU, António Guterres, já condenou os tiroteios juntos aos centros de distribuição e exigiu uma investigação independente e imediata dos incidentes. O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou que o uso da fome como instrumento e arma de guerra são considerados pelo direito internacional como crimes de guerra e s contra a humanidade.

Além disso, as Nações Unidas e várias ONGs humanitárias também se recusaram a trabalhar com esta organização devido a preocupações com os seus procedimentos e neutralidade, receando que foi criada para atender os objetivos militares de Israel.

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