Conservador nacionalista venceu presidenciais na Polônia
A Comissão Eleitoral Nacional anunciou que Nawrocki obteve 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski
Publicado: 02/06/2025 às 15:26

Karol Nawrocki após o resultado das eleições presidenciais (WOJTEK RADWANSKI/AFP)
O candidato conservador Karol Nawrocki, apoiado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça, venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Polônia, que aconteceu no domingo.
A Comissão Eleitoral Nacional anunciou que Nawrocki obteve 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski. As primeiras projeções indicavam um empate técnico entre os dois candidatos, com uma pequena vantagem de Nawrocki.
O nacionalista Nawrocki critica a adesão da Ucrânia à União Europeia e à OTAN, além de comentar recentemente que pretende reduzir a ajuda aos refugiados ucranianos em território polonês.
Em reação à eleição, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou que além de esperar continuar com uma cooperação positiva com a Polônia, deseja ainda ter uma boa relação pessoal com Nawrocki.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse estar confiante de que a UE manterá uma excelente cooperação com a Polônia. "Somos todos mais fortes juntos na nossa comunidade de paz, democracia e valores. Por isso, vamos trabalhar para garantir a segurança e a prosperidade da nossa casa comum", afirmou.
O secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, felicitou o presidente eleito da Polônia, e assegurou que trabalhar com ele para tornar a OTAN mais forte.
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, felicitou o vencedor e pediu que os dois países cooperem estreitamente com base na democracia e no Estado de direito, que é necessária para garantir o futuro da Europa em segurança, liberdade e prosperidade".
No entanto, a conquista da direita no pleito pode afetar a agenda reformista e pró-europeia do primeiro-ministro do país, Donald Tusk. Os analistas apontam que estas eleições devem definir se o governo de Varsóvia irá continuar a ser um país da União Europeia com poder de influência, com ajuda da sua aliança à França e Alemanha, o chamado Triângulo de Weimar. Além disso, avaliam que é uma continuação, ainda mais radical, da liderança de Andrzej Duda na presidência polonesa, e que indica que Tusk deve enfrentar a estagnação da sua agenda reformista e apelos de colaboração com UE.
Por sua vez, os líderes europeus de extrema-direita saudaram a vitória do nacionalista Nawrocki. O líder da extrema-direita polonesa, Slawomir Mentzen, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições, parabenizou a sua vitória e apelou para que Nawrocki priorize os interesses nacionais em detrimento do apoio à Ucrânia. Mentzen ainda lembrou do apoio do seu partido Confederação que votou nele no segundo turno.
Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita da França, União Nacional, também comemorou e disse que o resultado é uma rejeição da oligarquia de Bruxelas.
“Parabéns ao presidente Nawrocki pela sua fantástica vitória”, escreveu nas redes sociais o primeiro-ministro ultranacionalista da Hungria, Viktor Orbán, que enfatizou estar ansioso para trabalhar com o novo presidente.
Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, congratulou a vitória da direita e ressaltou que ambos os países têm valores em comum, fortes laços de cooperação e uma amizade histórica.

