Ucrânia acusa Rússia de realizar maior ataque de drones da guerra
O último bombardeio da Rússia no territorio ucraniano contou com 355 drones, maior quantidade já registrada desde o início da guerra
Publicado: 26/05/2025 às 10:47

Ataque russo na cidade ucraniana de Kyiv. (Foto: Sergei SUPINSKY / AFP)
A Ucrânia acusou a Rússia de realizar o maior ataque de drones da guerra, que já dura mais de três anos, na madrugada de domingo (25) para segunda (26). Este é o segundo dia seguido que a Rússia realiza bombardeios em larga escala contra a Ucrânia, em meio a tentativas de negociações de paz envolvendo os dois países e horas antes da conclusão de uma grande troca de prisioneiros entre os dois países.
O bombardeio russo incluiu 355 drones, quantidade maior que em qualquer ataque aéreo anterior, afirmou Yuriy Ihnat, chefe do departamento de comunicações da Força Aérea da Ucrânia, à agência de notícias Associated Press (AP). Os drones utilizados são do tipo Shahed, de fabricação iraniana.
Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, outros nove mísseis de cruzeiro Kh-101 foram utilizados no ataque noturno. Alguns civis ficaram feridos, segundo os relatos oficiais. Ainda não há relatos de mortes até a última atualização desta reportagem.
A utilização recorde de drones em um bombardeio ocorreu um dia após a Rússia ter realizado o maior ataque aéreo do conflito, quando outros 367 projéteis (69 mísseis e 298 drones) foram utilizados contra a Ucrânia. Diversas regiões foram atingidas, incluindo a capital Kiev, ao menos 12 morreram e dezenas ficaram feridos.
O Kremlin afirmou nesta segunda-feira que os ataques aéreos na Ucrânia atingiram alvos militares e foram resposta a ataques ucranianos contra civis russos. A Rússia também acusou a Ucrânia de também ter realizado um ataque aéreo. As defesas aéreas derrubaram 220 drones ucranianos nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Defesa russo.
O ataque russo de sábado para domingo gerou uma reação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: "Putin ficou louco" afirmou o líder americano em publicação em sua rede social Truth Social.
Os bombardeios russos, os quais autoridades ucranianas descreveram como um fim de semana de "terror", ocorreram em meio a uma troca recorde de prisioneiros de guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Trump diz que 'Putin ficou louco'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou o presidente russo, Vladimir Putin, de "louco" e disse estar insatisfeito com os bombardeios russos na Ucrânia neste fim de semana.
"Ele [Putin] ficou completamente maluco! (...) Algo aconteceu com ele, está matando um monte de gente desnecessariamente, e não estou falando apenas de soldados. Mísseis e drones sendo lançados contra cidades na Ucrânia sem nenhuma razão", afirmou Trump em publicação em sua rede social Truth Social.
Mais cedo, o presidente americano já havia demonstrado sua insatisfação com Putin em depoimento a repórteres no aeroporto de Morristown, Nova Jersey. "Não sei o que há de errado com ele. O que diabos aconteceu com ele? Ele está matando muita gente. Não estou feliz com isso", disse Trump.
Trump levantou a possibilidade de impor mais sanções à Rússia em resposta aos ataques em andamento. "Sempre me dei bem com ele, mas ele está enviando foguetes para cidades e matando pessoas, e eu não gosto disso nem um pouco", disse Trump.
A capital ucraniana, Kiev, e outras regiões do país foram alvo de um ataque de grandes proporções de drones e mísseis russos que matou pelo menos 12 pessoas e feriu dezenas neste domingo. Autoridades ucranianas descreveram o ataque como o maior ataque aéreo desde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
A Rússia atingiu a Ucrânia com 367 drones e mísseis, o maior ataque aéreo individual da guerra, de acordo com Yuri Ihnat, porta-voz da Força Aérea da Ucrânia.
Troca de prisioneiros
Apesar do agravamento do conflito, Rússia e Ucrânia concluíram neste domingo a última etapa da troca de prisioneiros no formato de 1.000 por 1.000, acordada durante negociações diretas em Istambul na semana passada.
Esta é a maior troca de prisioneiros de guerra desde o início da invasão russa há mais de três anos.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que 303 soldados prisioneiros foram trocados pelo mesmo número de militares ucranianos neste domingo, após as trocas efetuadas no sábado (307 prisioneiros de cada lado) e na sexta-feira (270 soldados e 120 civis de cada lado).
A troca de prisioneiros e de corpos de militares mortos em combate constitui um dos últimos âmbitos de cooperação entre Kiev e Moscou, cujas forças ocupam quase 20% do território ucraniano.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou na sexta-feira que Moscou está elaborando um documento com "as condições de um acordo duradouro, global e de longo prazo sobre a solução" do conflito, que pretendia transmitir ao governo ucraniano após a troca de prisioneiros. (Com agências internacionais).

