França, Reino Unido e Canadá ameaçam Israel com sanções
As medidas deverão ser tomadas para demonstrar insatisfação com as ações do governo de Israel em relação ao povo de Gaza
Publicado: 19/05/2025 às 17:56

Palestinos deixando o norte da Faixa de Gaza após ordens israelenses para evacuação. Foto: Bashar TALEB / AFP( AFP)
Os líderes do Reino Unido, França e Canadá avisaram que os seus países vão tomar medidas concretas, incluindo com sanções específicas, caso Israel não termine a nova e intensa ofensiva militar na Faixa de Gaza e suspenda todas as restrições. O presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o premiê canadense Mark Carney alertaram hoje que não ficarão de braços cruzados e permanecerão à margem diante das ações escandalosas e flagrantes do governo israelense de Benjamin Netanyahu.
“A negação de assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável e arrisca violar o Direito Internacional Humanitário. Opomo-nos a qualquer tentativa de expandir assentamos na Cisjordânia. Não vamos hesitar em tomar mais ações, incluindo sanções. Estamos determinados a reconhecer um Estado palestino como uma contribuição para a realização de uma solução de dois Estados e estamos prontos para trabalhar com outros com esse fim”, afirma o comunicado em conjunto lançado pelo governo britânico.
No documento, os três líderes se referem à conferência prevista para junho na Organização das Nações Unidas que visa encontrar um consenso internacional em torno do objetivo de reconhecer o Estado da Palestina.
Os três dirigentes também advertiram serem contra novas ocupações no território autônomo da Cisjordânia. “Temos sempre apoiado o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo. Mas esta escalada é totalmente desproporcionada”, declararam Macron, Starmer e Carney.
Mas, incluindo o Reino, Unido, França e Canadá, ao todo 22 países, dentre os quais a Alemanha, Japão, Holanda, Suécia e Austrália, além da União Europeia, exigiram nesta segunda-feira (19) que Israel retome imediatamente a ajuda total à Faixa de Gaza. Segundo estas nações, o auxílio deve ser organizado pelas Nações Unidas e ONGs. Numa declaração conjunta, transmitida pelo Ministério das Relações Exteriores alemão, os serviços diplomáticos dos 22 países signatários consideraram que nem a ONU nem as ONG podem apoiar o modelo proposto por Israel. “Os signatários consideraram que o novo modelo de distribuição" que Israel acaba de decidir coloca os beneficiários e os trabalhadores humanitários em risco e prejudica o papel e a independência da ONU e dos nossos parceiros de confiança e liga a ajuda humanitária a objetivos políticos e militares. A ajuda humanitária nunca deve ser politizada e o território palestino não deve ser reduzido ou submetido a qualquer mudança demográfica", diz a nota.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que se encontra em Londres com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, reforçou que a situação humanitária em Gaza é inadmissível e pediu para que a ajuda internacional chegue aos civis palestinos. “Há dois meses que não entra em Gaza qualquer ajuda humanitária. A ajuda deve chegar imediatamente aos civis necessitados e o bloqueio à Faixa de Gaza deve ser interrompido imediatamente”, afirmou.
Em contrapartida, Israel anunciou hoje que começará a permitir a entrada de ajuda limitada em Gaza. Mas, Netanyahu garantiu que tomará o controle do enclave palestino, o que gerou críticas e a condenação da maioria da comunidade internacional.
O ministério das Relações Exteriores israelense informou que já começou a chegar em Gaza comida para bebês e que foi adiantado que será efetuado um carregamento de farinha e de medicamentos. No entanto, não detalhou a quantidade, onde ou quando.

