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Espetáculo ‘Soledad’ celebra 10 anos com apresentação no Recife

Monólogo comemora uma década de circulação e retorna ao Teatro Hermilo Borba Filho

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Publicado: 26/08/2025 às 17:56

A peça retrata a história de Soledad Barrett Viedma, militante paraguaia assassinada durante a ditadura militar brasileira/Divulgação

A peça retrata a história de Soledad Barrett Viedma, militante paraguaia assassinada durante a ditadura militar brasileira (Divulgação )

O espetáculo recifense “Soledad – A Terra É Fogo Sob Nossos Pés” celebra uma década de circulação e retorna ao Teatro Hermilo Borba Filho, nos dias 2 e 3 de setembro, às 19h30. Interpretado por Hilda Torres e dirigido por Malú Bazán, o monólogo percorreu diversas cidades do Brasil e do exterior, incluindo Buenos Aires, Havana, Montevidéu e Madrid, consolidando sua relevância no teatro contemporâneo.

A peça retrata a história de Soledad Barrett Viedma, militante paraguaia assassinada pela ditadura militar brasileira há cerca de 50 anos, no episódio conhecido como “Massacre da Chácara São Bento”. Grávida e traída pelo companheiro Cabo Anselmo, Soledad se tornou um dos símbolos da resistência contra regimes autoritários na América Latina.

Com 60 minutos de duração, o espetáculo propõe uma reflexão entre passado e presente, mostrando como temas ligados à repressão e à luta por democracia ainda permanecem atuais. A narrativa vai além do memorialismo, convidando o público a pensar sobre as permanências e transformações na sociedade brasileira.


A trajetória de Soledad é marcada por exílios, violência e resistência, incluindo um episódio em que, aos 17 anos, foi sequestrada por um grupo neonazista no Uruguai e marcada com a suástica por recusar-se a saudar Hitler. Sua história é atravessada por influências familiares de militância e pelo legado do avô, o escritor Rafael Barrett.

Celebrar dez anos de atividade contínua é um feito expressivo para qualquer produção teatral no Brasil, especialmente diante de desafios culturais e políticos. O retorno da montagem ocorre em um momento que dialoga com o cenário atual, reforçando a importância de revisitar histórias como a de Soledad para manter viva a memória e a defesa da democracia.

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