EUA estudam sanções a países que negociam petróleo com a Rússia além de tarifas de quase 500%
O presidente norte-americano Donald Trump confirmou no domingo que os senadores republicanos estavam elaborando o enquadramento legal para novas sanções e disse que concorda
Publicado: 17/11/2025 às 17:08
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP Copiar)
O Senado dos Estados Unidos prepara um projeto de lei que para sancionar países que compram petróleo e gás russos e poderá ainda impor uma tarifa de até 500% aqueles que comercializem com Moscou. Entre os quais, estão incluídos grandes compradores como a Índia e a China, além do Brasil que importa um elevado volume de diesel da Rússia.
O presidente norte-americano Donald Trump confirmou no domingo que os senadores republicanos estavam elaborando o enquadramento legal para novas sanções e disse que concorda. "Está bem por mim. Qualquer país que faça negócios com a Rússia será severamente sancionado. Podemos acrescentar o Irã à fórmula", afirmou.
Para cortar as receitas energéticas da Rússia, o projeto de lei, chamado Lei de Sanções à Rússia de 2025, prevê tarifas dos EUA de até 500% sobre importações de países que comprem urânio ou produtos petrolíferos russos e não apóiem também ativamente a Ucrânia. Uma tarifa similar, de 500%, ainda poderá ser aplicada a bens ou serviços provenientes da própria Rússia.
Mas as sanções aplicadas recentemente por Trump as gigantes petroleiras russas Rosneft e Lukoil, assim como a frota de mais de 110 navios envolvidos no transporte de produtos dessas empresas, já restringiu as negociações do setor.
Por outro lado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou hoje que Moscou avalia de forma muito negativa esse projeto de lei dos EUA.
Enquanto isso, após ataques ucranianos a uma instalação petrolífera de Sheskharis, na cidade portuária russa de Novorossiysk, foi suspenso temporariamente às operações desse importante terminal, que representa cerca de 2% das exportações globais da Rússia.
Novorossiysk é um centro essencial para a logística e para as infraestruturas energéticas russas no Mar Negro. Já as refinarias de petróleo e as instalações petroquímicas russas são consideradas alvos militares legítimos por Kiev, uma vez que ajudam a financiar a guerra.
"Pela primeira vez desde o início da guerra, foi registrado este ano um declínio notável na produção e refinação de petróleo da Rússia. As receitas do petróleo e do gás do orçamento russo estão a diminuir e, até ao final deste ano, a Rússia terá perdido pelo menos 37 bilhões de dólares em receitas orçamentais do petróleo e do gás", comemorou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.
Além disso, Zelensky anunciou nesta segunda-feira (17) a assinatura de um acordo com o líder da França, Emmanuel Macron, da aquisição de 100 caças Rafale e oito sistemas de defesa, garantindo que esse arsenal reforçará intensamente a capacidade de defesa do seu país. Porém, reiterou a necessidade dos aliados exercerem novas pressões sobre Moscou para alcançar o fim da guerra, para além da ajuda prestada à Ucrânia.