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Beto Lago: 'VAR é o símbolo da incompetência e improviso do futebol brasileiro'

Enquanto não houver mais transparência, investimento em mais câmeras e treinamento sério dos árbitros, o VAR seguirá sendo um símbolo da incompetência

Beto Lago

Publicado: 12/09/2025 às 09:40

Árbitro de vídeo (VAR)/Rafael Vieira

Árbitro de vídeo (VAR) (Rafael Vieira)

VAR problema
Beira ao absurdo a forma como o VAR tem sido utilizado no futebol brasileiro, e o episódio de Corinthians x Athletico/PR, pela Copa do Brasil, é mais um retrato dessa falência. O diálogo entre a cabine e o árbitro é constrangedor: “é um sentimento”, diz Diego Pombo Lopes, responsável pelo VAR, como se estivéssemos falando de intuição e não de tecnologia de ponta que deveria oferecer clareza e objetividade. Dentro de campo, o árbitro Davi de Oliveira Lacerda dá uma dura e reconhece que não trabalha com “sentimento”, mas sem imagens conclusivas mantém a marcação de jogo. Ora, se o VAR não oferece ângulos suficientes, se não há consistência na análise e se a decisão final continua dependendo da percepção subjetiva do árbitro, então qual é o propósito dessa ferramenta? O que se vê é um desperdício de tempo, dinheiro e credibilidade. No mesmo jogo, um gol de Kevin Viveros, do Athletico, já havia sido anulado por uma falta inexistente na origem do lance. Depois, o pênalti não marcado reforça a sensação de que a tecnologia, em vez de eliminar a polêmica, apenas amplifica a desconfiança. É necessário repensar o modelo de VAR adotado. Hoje, ele é mal operado, mal interpretado e, sobretudo, mal explicado ao torcedor. Não há uniformidade nos critérios: lances semelhantes recebem decisões diferentes, dependendo do árbitro ou da competição. Isso corrói a credibilidade do apito e alimenta teorias de manipulação. Enquanto não houver mais transparência, investimento em mais câmeras e treinamento sério dos árbitros, o VAR seguirá sendo um símbolo da incompetência e do improviso que dominam a arbitragem nacional.

Só depois da Série B
Entre tantas promessas que cercam a futura SAF do Santa Cruz, uma me chamou a atenção. E não de forma positiva: de só iniciar a construção do centro de treinamento após o acesso à Série B, É, no mínimo, preocupante. O próprio Iran Barbosa, sócio da Cobra Coral Participações S.A., confirmou esse planejamento, estabelecendo um prazo de 36 meses para entrega da estrutura após esse acesso.

Erro estratégico
Ora, se o discurso é de profissionalismo e modernidade, por que atrelar um pilar estratégico à condição de acesso? A base não pode ser tratada como um luxo a ser construído quando o time subir de divisão. Ao contrário, ela deveria ser prioridade imediata, já que é um dos pilares de qualquer SAF. Adiar isso é abrir mão de um ativo fundamental e repetir velhos erros de gestões que só pensaram no resultado imediato. É, sim, um erro estratégico grave.

Nova estrutura no futebol
Também foi colocado que se terá uma reestruturação no futebol, com um CEO, diretor executivo, diretor de futebol e de operações/comercial. É natural que os investidores queiram seus nomes de confiança, mas qual o espaço de quem hoje já atua no clube, como Harlei Menezes e Diego Hydalgo? Serão descartados? Mais do que montar organogramas, a SAF precisa mostrar qual modelo de gestão pretende adotar.

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