Tarifaço: Raquel defende direcionamento de produtos agrícolas para a China
A governadora Raquel Lyra participou, neste sábado (9), do Seminário da Esfera Brasil, no Recife Expo Center, no Cais de Santa Rita
Publicado: 09/08/2025 às 15:04

Governadora de Pernambuco Raquel Lyra (Rafael Vieira/DP Foto)
Neste sábado (9), durante o Seminário da Esfera Brasil, que acontece no Recife Expo Center, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD) comentou medidas que estão sendo desenvolvidas para conter impactos do tarifaço dos Estados Unidos, imposto pelo presidente Donald Trump e que se iniciou em 6 de agosto.
A governadora ressaltou o foco do Poder Executivo, junto ao Governo Federal, no direcionamento de produtos do setor agrícola como a manga e o açúcar brasileiros, para mercados além dos EUA, a fim de reduzir prejuízos da perda das importações, que poderá prejudicar empregos e produtos que serão perdidos.
“Temos dialogado com alguns setores produtivos, setores dos trabalhadores e com o Governo Federal para permitir que essa safra não se perca e a gente garanta os empregos sendo mantidos na conta, quer com subvenção, quer com a oportunidade de trazer parte dessa produção para o mercado interno”, contou a governadora.
Segundo a chefe do Poder Executivo, tanto o Governo Federal como o Governo de Pernambuco têm um plano de ação pronto para apoiar especialmente a manutenção dos empregos em Pernambuco. “É nosso compromisso com o setor produtivo e é nosso compromisso com os trabalhadores da agricultura do Pernambuco”, afirmou.
“Tem uma série de ações que estão planejadas. A gente só precisa acompanhar no dia a dia se conseguirá ou não escoar a produção e a partir do não escoamento, ter o plano de ação sendo implementado, coordenado junto conosco e com o Governo Federal”.
Raquel ainda falou do redirecionamento da mercadoria para outros mercados que estão sendo abertos após a sanção de Trump, como a China, e disse ainda acreditar na força do diálogo:
“Estamos trabalhando muito com o governo federal, acreditando na força do diálogo do setor produtivo junto aos Estados Unidos também, para que eles recebam essa mercadoria ao mesmo tempo que estamos abrindo com eles novos mercados”, adiantou, abrindo novas possibilidades.
“Por exemplo: o mercado chinês para manga, o fortalecimento do mercado europeu para poder absorver parte daquilo que hoje era direcionado para os Estados Unidos”.
João Campos
O prefeito do Recife, João Campos, também abordou a medida norte-americana durante o evento, que “passa por uma decisão explícita política numa decisão presidencial de outro país", o que limita a negociação em torno disso, segundo ele.
“O Trump passava por um processo de investigação, condenação que foi trancado e pode ter uma similaridade com o de Bolsonaro no Brasil. Mas o que está de fundo é o interesse econômico, o meio de pagamento, a organização dos emergentes, o câmbio”, disse.
Campos ainda ressaltou a necessidade da medida ser revertida, deixando o diálogo aberto, mas “não negociar o inegociável”.
“É preciso buscar uma porta de saída, construir uma negociação, uma tratativa com altivez, entendendo o que é inegociável, mas que consiga buscar uma alternativa. Um dos itens mais fortes, é o próprio interesse comercial bilateral dentro da justiça americana”.

