China apoia Brasil e diz que usar "tarifas como arma viola Carta da ONU"
Começou a valer nesta quarta-feira (6) a sobretaxa de 50% diversos produtos brasileiros importados para os Estados Unidos. Setores exportadores como café, laranja e a indústria devem sofrer prejuízos
Francisco Artur de Lima - Correio Braziliense
Publicado: 06/08/2025 às 16:01

Sem nomear os Estados Unidos ou o presidente Donald Trump, Wang acrescentou que a China também torce pelo brasileiros na resistência à taxações, classificadas por ele como "tarifas abusivas" (Foto: Mandel NGAN / POOL / AFP)
A China sinalizou nesta quarta-feira (6/8) em defesa do Brasil no primeiro dia de vigência do tarifaço de 50% a diversos produtos brasileiro importados pelo Estados Unidos. Em conversa telefônica com o assessor de Assuntos Internacionais do Planalto, Celso Amorim, o chanceler da China, Wang Yi, afirmou que seu país se opõe à "interferência irracional".
Sem nomear os Estados Unidos ou o presidente Donald Trump, Wang acrescentou que a China também torce pelo brasileiros na resistência à taxações, classificadas por ele como "tarifas abusivas".
"Usar tarifas como arma para reprimir outros países viola a Carta da ONU e mina as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio). É impopular e insustentável. Como os maiores países em desenvolvimento dos Hemisférios Oriental e Ocidental, China e Brasil sempre se apoiaram mutuamente e cooperaram estreitamente, salvaguardando firmemente seus respectivos interesses legítimos e os interesses comuns dos países do Sul Global", afirmou o comunicado produzido pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
Tarifaço
Começou a valer hoje a sobretaxa de 50% diversos produtos brasileiros importados para os Estados Unidos. Setores exportadores, como café, laranja e a indústria, devem sofrer prejuízos.
Diante dessa sobretaxa, o Ministério de Relações Exteriores reforça estarem abertos os canais de negociação com a Casa Branca. Além disso, o governo brasileiro entrou com recurso à Organização Mundial de Comércio (OMC).
“Ao impor as citadas medidas, os EUA violam flagrantemente compromissos centrais assumidos por aquele país na OMC, como o princípio da nação mais favorecida e os tetos tarifários negociados no âmbito daquela organização”, escreveu o Itamaraty, em nota.
“As consultas bilaterais, concebidas para que as partes busquem uma solução negociada para a disputa antes do eventual estabelecimento de um painel, são a primeira etapa formal no âmbito do sistema de solução de controvérsias na OMC”, acrescentou.

