Cesta básica no Recife subiu 19,52% em 12 meses; a maior alta do país
Pesquisa do Dieese indica que o Recife também teve a maior variação de preços em sete meses (11,41%) e também na passagem de junho para julho (2,8%)
Publicado: 21/08/2025 às 20:07

No acumulado dos últimos 12 meses, a alta registrada na cesta básica do Recife foi de R$ 54,72, entre junho de 2024 e junho de 2025, e chegou a R$ 637,62 (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
A cesta básica no Recife registrou a maior alta do país em 12 meses (19,52%), o que corresponde ao acréscimo de R$ 107,03. Neste ano, o conjunto de itens essenciais na capital pernambucana chegou ao total de R$ 655,46 em julho. Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada na última quarta-feira (20) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na variação dos primeiros sete meses deste ano, a capital teve alta de 11,41%, um acréscimo de R$ 67,11. Entre junho e julho, a cesta básica diminuiu em 15 cidades e aumentou em outras 12. Nesse período, o Recife obteve alta de 2,8%, com o acréscimo de R$ 17,84. Ambos os índices também são as maiores altas entre as cidades brasileiras pesquisadas nos respectivos períodos.
Apesar de ser responsável pelas maiores altas, a cesta básica do Recife ainda não está entre as mais caras do Brasil. Com base nos dados de julho do Dieese, no Nordeste, a cesta mais cara é de Fortaleza (R$ 738,09), seguida por Teresina (R$ 677,00), R$ São Luís (R$664,52) e Recife (R$ 655,46).
Principais itens
Entre junho e julho deste ano, cinco entre 12 produtos que compõem a cesta do Recife apresentaram elevação no preço médio: tomate (+15,25%), banana (+9,29%), arroz (+0,68%), óleo de soja (+0,43%) e carne (0,35%).
Enquanto isso, registraram redução de preço em julho os produtos: café (- 3,02%), feijão (-1,42%), manteiga (-1,39%), farinha de mandioca (-1,14%), açúcar (- 0,45%), pão francês (-0,21%) e leite (+0,99%).
Em relação a dezembro de 2024, seis produtos tiveram queda nos preços: o arroz (- 21,65%), o leite (-6,88%), o feijão carioca (-6,22%), o óleo de soja (-4,59%), o açúcar (-3,05%) e a farinha de mandioca (-0,49%). Por outro lado, tiveram alta no preço o tomate (67,59%), o café (48,39%), a banana (45,92%), a manteiga (9,92%), o pão francês (4,79%) e a carne (0,17%).
Já no período de 12 meses, os maiores aumentos foram observados no tomate (82,37%), o café (73,58%), a banana (45,31%), óleo de soja (28,57%), carne (22,79%), manteiga (6,48%), leite (6,28%) e pão francês (5,27%). Por outro lado, apresentaram redução no preço médio: o arroz (-24,16%), o feijão carioca (-16,70%), a farinha de mandioca (-11,29%) e o açúcar (- 9,74%).
Números nacionais
Entre junho e julho, a alta de 2,8% da cesta básica recifense deixou a capital pernambucana à frente de Maceió (2,09%), Aracaju (2,02%), João Pessoa (1,86%), Salvador (1,80%), Natal (1,44%) e São Luís (1,40%). Já as principais quedas foram registradas em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%), Rio de Janeiro (-2,33) e Campo Grande (-2,18%).
Cesta básica x salário mínimo
De acordo com o levantamento do Dieese, em julho, o trabalhador recifense que ganha um salário mínimo precisou trabalhar 94 horas e 59 minutos por mês para adquirir itens essenciais da cesta básica.
A quantidade de horas trabalhadas é de duas horas e trinta e quatro minutos a mais que o tempo registrado em junho de 2025, quando ficou em 92 horas e 25 minutos. Já em julho de 2024, o tempo comprometido foi de 85 horas e 27 minutos, nove horas e 32 minutos a menos que o observado em julho deste ano.

