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Economia
Tarifaço

Brasil precisa de uma nova política econômica para amenizar efeitos do tarifaço, aponta economista

Plano de contingência do governo federal ainda não contempla as pequenas empresas afetadas pelo tarifaço

Thatiany Lucena

Publicado: 19/08/2025 às 21:47

Economista aponta que o plano de contingência do governo federal para amenizar os impactos do tarifaço aos setores afetados ainda não atende à economia nacional como um todo/Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

Economista aponta que o plano de contingência do governo federal para amenizar os impactos do tarifaço aos setores afetados ainda não atende à economia nacional como um todo (Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP)

Para proteger a economia diante das barreiras impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, o Brasil precisa de uma nova política econômica que inclua as pequenas empresas, analisa o professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Feldmann.

De acordo com o economista, o plano de contingência do governo federal para amenizar os impactos do tarifaço aos setores afetados ainda não atende à economia nacional como um todo, pois não contempla as pequenas empresas e protege apenas as grandes empresas que exportam para os Estados Unidos. “O Brasil precisa de uma nova política econômica para enfrentar Trump, que daqui para frente vai atacar o Brasil com frequência. O país precisa pensar em algumas coisas que nunca fez, como passar a dar importância às pequenas empresas”, afirma.

 

Desemprego


Feldmann aponta que o “grande problema” reflete nos empregos formais do Brasil, que correm riscos, já que são as empresas de pequeno porte são as que mais geram empregos no país.

“Cada medida nova de Trump contra o Brasil vai eliminar empregos. Porém, as grandes empresas não geram mais empregos em nenhum lugar do mundo. Quem gera emprego, hoje, é a pequena empresa e o Brasil não tem política pública para a pequena empresa”, afirma.

O professor cita dados do Sebrae que apontam que 80% dos empregos formais no Brasil são gerados por meio dos pequenos negócios. Já em relação às grandes empresas, a tendência é que elas utilizem equipamentos de automação, robôs e inteligência artificial.

Formação de consórcios

De acordo com o economista, para fortalecer os pequenos negócios e, inclusive, impulsionar a exportação em empresas desse porte, o governo federal deveria “urgentemente” permitir a criação de Consórcios de Pequenas Empresas. Isso faz com que os pequenos negócios possam se unir e viabilizar a exportação. Segundo o economista, no Brasil, menos de 1% do total das exportações brasileiras são originadas de empresas menores.


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