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Com o etanol, Pernambuco terá planta de energia capaz de atender cerca de 2 milhões de residências

Projeto da Suape Energia deve impulsionar a geração térmica de energia elétrica por meio do etanol, combustível mais barato

Thatiany Lucena

Publicado: 02/07/2025 às 21:27

Caso aprovada e habilitada em leilão, a planta piloto em Suape deve ser instalada em janeiro de 2027/Foto: Divulgação

Caso aprovada e habilitada em leilão, a planta piloto em Suape deve ser instalada em janeiro de 2027 (Foto: Divulgação)

A Suape Energia, responsável pela operação da Suape II, usina de geração de energia, localizada no Cabo de Santo Agostinho, deu início a implantação do Projeto Etanol. A iniciativa, inédita no mundo, em parceria com a finlandesa Wärtsilä, tem como objetivo testar o etanol como combustível para a geração térmica de eletricidade em larga escala.

Caso aprovada e habilitada em leilão, a planta piloto em Suape deve ser instalada em janeiro de 2027. Usando o etanol como combustível 100% renovável e, sempre que possível, produzido localmente, inicialmente, a usina deve ter até 600 MW de potência instalada, capacidade suficiente para abastecer cerca de dois milhões de residências.

O diretor de Tecnologia da Suape Energia, José Faustino Cândido destaca o quanto essa geração de energia limpa também será benéfica para o meio ambiente. “Com uma planta dessa, por cada 100 MW, é possível deixar de jogar na atmosfera 60 toneladas de CO2, um dos principais gases de efeito estufa. Ou seja, com a instalação de uma usina de 600 MW, é possível economizar 3.600 toneladas de CO2 por hora ”, afirma. Faustino explica ainda que, durante a fase de implantação da planta, a Suape Energia também pretende empregar dois mil profissionais para atuar na usina.

Faustino aponta ainda que a geração de energia por meio do etanol pode ainda chegar mais barata para o consumidor final, já que a energia gerada por meio do óleo combustível ou óleo diesel é mais cara. Segundo ele, o projeto pioneiro, também pode, futuramente, se expandir para outros locais do país. “Imaginamos que depois desse teste consolidado e a gente ganhar este leilão com essa planta de 600 MW, nós vamos atrair mais investidores para usar o etanol e também mais recursos para o Brasil”, reforça o diretor.

A planta abastecerá o Sistema Interligado Nacional (SIN), que conecta todas as regiões do país. Nela, a energia gerada com etanol entra na rede, com outras fontes como hidrelétricas, eólicas e solares e ajudará todo o sistema na redução da necessidade de ligar usinas mais poluentes, dando mais segurança ao abastecimento de energia para todo o Brasil em caso de escassez.


Fase de testes

A empresa, em parceria com Wartsila, já está trabalhando na organização da infraestrutura para receber o motor Wärtsilä W32M, que deverá chegar à usina pelo Porto de Suape em meados de setembro de 2025, com início dos testes previsto para fevereiro de 2026.

“A Suape II tem toda a infraestrutura para receber essa máquina, tanto espaço físico, quanto espaço na rede elétrica. Nós vamos fazer todos os procedimentos em conjunto com a Wärtsilä. Vamos ficar rodando aqui essa máquina, testando combustível, equipamentos, peças e principalmente, quanto tempo essa máquina pode aguentar rodando com esse combustível, além da performance desse combustível para a geração de energia”, explica o diretor de Tecnologia da Suape Energia, José Faustino Cândido.

Como o Brasil é um grande produtor de etanol, de acordo com a Suape Energia, a ideia é utilizar, sempre que possível, a cadeia de etanol produzido em Pernambuco e também do Nordeste. Além da produção consolidada de etanol pela cana-de-açúcar, especialmente na Zona da Mata, o estado também possui infraestrutura de transporte e armazenamento próxima ao complexo industrial e portuário de Suape.

Próximos passos

Com a aprovação dos testes, que devem ser realizados em um período de 4.000 horas e finalizado em 2026, a usina poderá entrar em operação regular para fornecer energia ao sistema nacional. Isso significa que a tecnologia também poderá ser implantada em outras regiões do Brasil, ampliando o uso do etanol como matriz energética.

Com isso, a operação da planta deve ser iniciada em janeiro de 2027, após habilitação no leilão de capacidade, que pode acontecer ainda em novembro de deste ano.

 

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