Educação financeira para jovens pode mudar realidade das famílias
Ensino da educação financeira nas escolas é fundamental para transformar a relação com o dinheiro das famílias, aponta jovem especialista
Publicado: 17/05/2025 às 01:42

Malu Lira: educação financeira é chave para um futuro diferente do endividamento atual/Cecília Belo/DP
Na semana de educação financeira, que encerra neste domingo (18), o tema central é “Educação Financeira para Crianças e Jovens: Preparando a Sociedade para Escolhas Conscientes”, com incentivo ao diálogo sobre educação financeira tanto na escola quanto em casa, à promoção de hábitos financeiros saudáveis e escolhas responsáveis entre os jovens.
Embora o tema seja integrado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a diversas áreas do conhecimento como transversal, quase metade dos adolescentes brasileiros de 15 anos (45%) apresentam baixo desempenho em alfabetização financeira, com uma pontuação média de 416 pontos, abaixo da média mundial, de 498 pontos, e ocupando a 18ª posição entre 20 países. Os dados são do relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) 2022 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O cenário se reflete quando o adolescente se torna adulto, como revela a pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que aponta que 47% dos jovens brasileiros da Geração Z (entre 18 e 24 anos) não controlam suas finanças pessoais, citando motivos como desconhecimento (19%), falta de hábito ou disciplina (18%), preguiça (18%) e ausência de rendimentos (16%).
“É fundamental que a escola ensine educação financeira, pois influencia positivamente a criança, e serve como uma porta de entrada para transformar a compreensão financeira dentro do núcleo familiar, já que muitos pais não tiveram essa educação anteriormente”, afirma Malu Lira, de 15 anos. A adolescente é escritora, palestrante e influenciadora digital de educação financeira para crianças e jovens.
Malu tem 20 livros publicados, que abordam temas como poupança, investimento e empreendedorismo de maneira acessível, usando personagens e histórias conhecidas para ensinar conceitos financeiros de forma divertida.
Segundo ela, as melhores ferramentas para introduzir o dinheiro de modo saudável para crianças e adolescentes são os sonhos e objetivos pessoais, que despertam interesse ao relacionar gastos com conquistas, como comprar brinquedos ou viajar.
Para a jovem, “mais do que receber dinheiro, o importante é orientar sobre como usá-lo adequadamente”. Malu ensina que é possível incluir na vida financeira das crianças e adolescentes a abertura de contas bancárias ou de investimentos, mesada ou “quinzenada”, avaliando a idade do jovem e introduzindo as responsabilidades aos poucos, com as ferramentas que estiverem ao alcance da família.
Nas instituições de ensino, dinâmicas em sala de aula e atividades práticas, como empreendedorismo e jogos de tabuleiro, são outros meios. “Os jovens são futuro, e se queremos que seja um futuro próspero e diferente da atualidade, de pessoas endividadas e com problemas financeiros, a educação financeira é a chave, o caminho para isso”, ressalta Malu.
“Eu acredito que se desde agora a gente preparar os alunos para usarem bem o dinheiro, controlá-lo, ter uma visão de longo prazo, teremos brasileiros mais conscientes financeiramente como resultado”, completa.
A jovem educadora financeira finaliza afirmando que as principais dicas para jovens que querem ter saúde financeira, começando cedo, são aprender a gastar menos do que ganha, conhecer os principais conceitos econômicos, como juros simples e compostos e o básico dos investimentos.

