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Estudo aponta que obesidade pode acelerar início do Alzheimer

Os investigadores apontaram que análises de sangue regulares pode ser um complemento útil aos exames cerebrais que acompanham a progressão da doença de Alzheimer

Isabel Alvarez

Publicado: 02/12/2025 às 21:20

Estudo foi realizado pela Washington University School of Medicine, em St. Louis, nos Estados Unidos/Canva

Estudo foi realizado pela Washington University School of Medicine, em St. Louis, nos Estados Unidos (Canva)

Um novo estudo realizado pela Washington University School of Medicine, em St. Louis, nos Estados Unidos, indica que a obesidade pode acelerar o desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Os investigadores apontaram que análises de sangue regulares pode ser um complemento útil aos exames cerebrais que acompanham a progressão da doença de Alzheimer. “Os resultados sugerem que as análises de sangue podem ser mais sensíveis do que os exames no cérebro, isoladamente, ao identificar como a obesidade afeta as fases iniciais da demência”, afirmaram.

Segundo Cyrus Raji, um dos autores do estudo e professor associado de radiologia e neurologia na Washington University School of Medicine, é a primeira vez que foi demonstrada a relação entre obesidade e Alzheimer medida através de testes a biomarcadores no sangue. “O fato de conseguirmos acompanhar a influência preditiva da obesidade no aumento dos biomarcadores sanguíneos de modo mais sensível do que com a PET (Tomografia por Emissão de Ppósitrons) foi o que mais me surpreendeu neste estudo”, disse Raji.

Está PET é usada para avaliar a função de órgãos e tecidos, como o metabolismo celular.

Os pesquisadores comunicaram que as conclusões da investigação serão apresentadas na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte e, posteriormente publicada em uma revista cientifica.

A equipe de Raji acompanhou 407 pessoas durante cinco anos, recorrendo a amostras de sangue e a exames PET para identificar sinais da doença de Alzheimer. Os exames PET medem a acumulação de placas amilóides no cérebro, um sinal-chave da doença, enquanto as análises ao sangue revelam os níveis de proteínas e outros biomarcadores associados ao declínio cognitivo.

Com o tempo, a patologia de Alzheimer progrediu mais depressa nas pessoas com obesidade do que nas sem obesidade, concluiu a análise. A obesidade se associou a um aumento 24% mais acelerado da proteína plasmática NfL, a um aumento entre 29 e 95% mais rápido do biomarcador plasmático pTau217 e a uma acumulação 3,7% mais veloz de placas amilóides.

Segundo Raji, os resultados podem ajudar significativamente os médicos a acompanhar a progressão da doença ao longo do tempo. Biomarcadores sanguíneos e exames ao cérebro podem, por exemplo, ajudar a perceber a eficácia de fármacos concebidos para travar a acumulação de placas amiloides. “É extraordinário termos estes biomarcadores sanguíneos para acompanhar a patologia molecular da doença de Alzheimer e exames de ressonância magnética para detectar provas adicionais de degeneração cerebral e a resposta a vários tratamentos”, acrescentou.

A obesidade é um fator de risco conhecido para a doença de Alzheimer. Pessoas com obesidade têm também maior probabilidade de apresentar hipertensão, diabetes tipo 2 e menor atividade física, fatores que contribuem para o risco de demência.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 57 milhões de pessoas em todo o mundo tenham demência, sendo que a doença de Alzheimer é a forma mais comum, responsável por 60 a 70% dos casos.

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