OMS alerta sobre dependência de 15 milhões de jovens em cigarro eletrônico
A organização apelou que os governos ajam de modo rápido e enérgico para travar a expansão dos produtos eletrônicos de nicotina
Publicado: 06/10/2025 às 16:21

Cigarro eletrônico, Saúde. FOTO: Divulgação / Ministério da Saúde (Cigarro eletrônico, Saúde. FOTO: Divulgação / Ministério da Saúde)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu hoje sobre o crescimento do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes, sendo estimando que aproximadamente 15 milhões de jovens entre os 13 e os 15 anos fumem esses dispositivos em todo mundo. A OMS apelou que os governos ajam de modo rápido e enérgico para travar a expansão dos produtos eletrônicos de nicotina, reforcem as políticas de prevenção e ampliem as restrições à publicidade e venda a menores.
Segundo o novo relatório da OMS sobre a utilização do tabaco, o risco dos jovens começarem a fumar é nove vezes superior ao dos adultos. "Os cigarros eletrônicos estão alimentando uma nova onda de dependência da nicotina", alertou Etienne Krug, diretor do Departamento de Controle de Doenças Crônicas e de Prevenção da Violência e dos Traumatismos da OMS.
Krug destacou que, apesar de ser promovido como uma alternativa menos nociva ao tabaco tradicional, estes produtos estão, na verdade, viciando os jovens em nicotina mais cedo e a colocar em risco décadas de progresso.
O "Relatório Global da OMS sobre as Tendências da Prevalência do Tabaco 2000-2024 e Projeções 2025-2030", que se baseia em 2.034 inquéritos realizados entre 1990 e 2024, abrangendo 97% da população global, estima que existam atualmente mais de 100 milhões de pessoas, pelo menos 86 milhões de adultos e 15 milhões de adolescentes, em todo mundo que já usam cigarros eletrônicos, a maioria em países desenvolvidos.
No entanto, embora aumente a popularidade dos cigarros eletrônicos, a OMS sublinhou uma tendência positiva, uma vez que o número de fumantes de tabaco convencional reduziu 19,5% desde o início deste século. Já as projeções apontam para uma redução adicional até 2030, quando o índice global de consumo deverá atingir 17,4% da população. A diminuição é mais acentuada entre as mulheres, cuja taxa de consumo caiu de 16,5% (registrada em 2000) para 6,6% em 25 anos. Entre os homens, a redução foi menos significativa, passando de 49,8% para 32,5% no mesmo período.
Em relação à idade, a faixa etária dos 45 aos 54 anos continua a representar a maior prevalência de fumantes, no entanto diminui de 42,1% para 25%. Enquanto isso, entre os jovens dos 15 aos 24 anos, a percentagem desceu de 20,3% para 12,1%.
O Sudeste Asiático liderava em 2000 a taxa de consumo com 54,1% da população fumante, mas em 2024 a Europa se tornou a região com maior prevalência. Nas Américas a média são 14% e na África 9,5%, que registra o menor consumo mundial.
A Europa ainda registra as taxas mais elevadas de consumo entre adolescentes de 13 e 15 anos, com uma média de 11,6%, praticamente igual entre ambos os sexos. "Quase 20% dos adultos ainda usam produtos de tabaco e nicotina. Não podemos baixar a guarda agora", afirmou o diretor-geral adjunto da OMS para a promoção da saúde e a prevenção de doenças, Jeremy Farrar, assinalando a urgência de proteger as novas gerações da dependência

