Pernambuco: 2026 ainda não terminou
Estamos com o ano de 2025 nos "finalmentes" e vivenciando o próximo como se já estivesse eleitoralmente definido e concluído
Publicado: 31/12/2025 às 09:58
Bandeira de Pernambuco (Foto: Reprodução)
Estamos com o ano de 2025 nos “finalmentes” e vivenciando o próximo como se já estivesse eleitoralmente definido e concluído.
Ledo engano!
Analisando-se o quadro da sucessão governamental pernambucana, com o devido distanciamento e absoluta frieza, a presente realidade tem à frente profundo potencial para mutação.
A governadora Raquel Lyra assumiu o Governo de Pernambuco com expectativa nacional de vir a tornar-se uma liderança de peso que extrapolaria as “fronteiras” do estado. Essa avaliação atribuía-lhe concreto potencial para torná-la um nome capaz de galgar o rol das possíveis lideranças nacionais que poderiam estar na disputa presidencial de 2026.
Isto não aconteceu!
Seus dois primeiros anos de governo foram medíocres em termos de visibilidade. Em contrapartida, o prefeito João Campos soube, com maestria, trabalhar intensivamente sua imagem a ponto de situar-se, sempre, em patamares superiores aos da governadora, em termos de aprovação de suas gestões.
Quando, há 6 meses, começaram as pesquisas para a sucessão governamental, o prefeito continuou à sua frente com percentuais robustos, superiores a 50%. Estes mantiveram-se. E, sempre, com um diferencial superior a 20%, até o presente.
Neste 2025, a governadora começou a reagir. Seu permanente conflito com a Alepe recentemente passou a ser melhor administrado. Em paralelo, uma “ruidosa” investida na mídia começou a ser trabalhada. Seus números não melhoraram muito, mas sua visibilidade cresceu a olhos vistos.
Tanto assim se verifica que se tem constatado, no universo digital, um acentuado crescimento de sua presença.
Neste ano, acelerou a entrega de obras no estado, dispondo ainda de um expressivo calendário para sua continuidade para os próximos meses.
Sua visibilidade crescente na mídia digital constata-se, presentemente, em percentuais até superiores aos do prefeito João Campos.
Há que ser levado em conta que vem concentrando uma presença mais incisiva, em termos administrativos, no interior. Isto, muito além do polo de confecções do Agreste, onde seu peso é incontestável.
Tal reverberação de visibilidade, em termos de influência, atinge 11 cidades desse contexto.
Sua investida estende-se até Petrolina, hoje cidade-polo de médio porte comercial que já atinge 415 mil habitantes. Terá peso nas eleições de 2026!
Em termos de análise comparativa, o prefeito João Campos detém concreta presença na RMR – Região Metropolitana do Recife, com seus 42% da população do estado. Mas a variável “interior do estado”, pelos motivos citados, há que ser considerada como algo que poderá levar 2026 para um renhido segundo turno.
Por isso, o título: “2026 ainda não terminou!”.
Mauro Ferreira Lima *
* Professor e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente