Conectando equipes na era digital - A arte de comunicar sem perder a essência humana
Na era digital, nos beneficiamos da agilidade proporcionada pelas diversas ferramentas de comunicação disponíveis
Publicado: 03/10/2025 às 08:58

Na era digital, nos beneficiamos da agilidade proporcionada pelas diversas ferramentas de comunicação disponíveis (Foto: Freepik)
Na era digital, nos beneficiamos da agilidade proporcionada pelas diversas ferramentas de comunicação disponíveis. No entanto, embora estejamos mais "conectados" digitalmente, surge um paradoxo: a comunicação, quando não consegue expressar adequadamente a real necessidade do assunto, gera ruídos ou não cumpre com clareza sua missão.
A ideia de que utilizar ferramentas digitais — seja e-mail ou outros aplicativos disponíveis na empresa — seja suficiente para estabelecer uma comunicação eficaz tem criado uma falsa sensação de produtividade. Embora essas tecnologias tenham sido desenvolvidas para facilitar e agilizar a troca de informações, oferecendo inclusive recursos como anexos de imagens e vídeos, muitas pessoas acabam confundindo o ato de enviar uma mensagem com o processo real de comunicar-se.
O problema surge quando colaboradores enviam e-mails sem explicar adequadamente o contexto, sem deixar clara sua demanda ou sem se preocupar se o destinatário realmente compreendeu a mensagem. Eles acreditam que, ao apertar "enviar", já cumpriram seu papel comunicativo. No entanto, a verdadeira comunicação — aquela que gera entendimento mútuo e resolve questões — não foi estabelecida.
Esse cenário gera trocas intermináveis de mensagens que se estendem por semanas ou até meses, quando uma simples ligação, videochamada ou conversa presencial resolveria a questão em minutos. Curiosamente, isso acontece não apenas entre equipes distantes, mas também entre gestores que trabalham no mesmo prédio, revelando uma desvalorização preocupante do ato de comunicar-se verdadeiramente.
O segredo da comunicação intersetorial na era digital reside em equilibrar o uso inteligente da tecnologia com o fomento das relações humanas. O principal desafio dessa jornada está em humanizar a comunicação na medida do possível, investindo mais energia interpessoal.
Minha experiência como Diretora do Grupo Trino revela que, com tantas plataformas disponíveis, a qualidade da comunicação parece ter perdido valor. Principalmente as críticas — mesmo as construtivas — podem soar duras e gerar ainda mais afastamento entre as pessoas. Nada substitui o tom da voz e a expressão corporal.
Devemos utilizar a tecnologia para somar aos processos de comunicação, reconhecendo que diferentes gerações e perfis profissionais têm diferentes preferências e níveis de familiaridade com as ferramentas digitais. Isso pode criar barreiras e exclusão se não for bem gerenciado.
Assim como um bom rótulo conta a história e revela a alma de um vinho, a comunicação interna robusta conta a história da sua empresa e nutre sua cultura. Com interação pessoal regular, a cultura da empresa se fortalece com empatia e robustez.
Não se trata de ter menos canais, mas de usá-los com propósito. Defina um "manual de etiqueta digital" especificando qual ferramenta usar para cada tipo de comunicação. O chat deve ser reservado para urgências rápidas, enquanto o e-mail funciona melhor para comunicados formais. As videochamadas são ideais para discussões complexas que exigem maior interação, e sempre que possível, as reuniões presenciais devem ser priorizadas para feedbacks que demandam escuta ativa e conexão humana mais profunda.
*Especialista em Comunicação Social e Relações Públicas e Sócia Fundadora do Grupo Trino

