Coração novo, vida renovada
O transplante de coração no IMIP é a prova de que a vida sempre encontra um caminho para florescer
Publicado: 02/10/2025 às 08:44

Transplante de coração (Freepik)
Imagine que o coração é uma usina que bombeia a energia para todo o corpo. Para quem sofre de insuficiência cardíaca grave, essa usina está falhando. No Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), o transplante cardíaco é a solução que devolve uma vida longa e saudável a muitos pacientes, quando só os remédios não conseguem mais resolver.
O transplante é indicado para casos avançados, em que a sobrevida é crítica. Para essas pessoas, muitas vezes jovens, a cirurgia representa a única chance real de continuar vivendo. Mas não se trata apenas de prolongar a vida: é devolver a qualidade, permitir que um pai volte a brincar com os filhos ou que um jovem possa praticar esportes.
O IMIP, com a missão de oferecer saúde à parcela menos favorecida, iniciou há 12 anos um programa para mudar e transformar a vida dessas pessoas. Hoje, consolidado como um dos mais importantes programas do Brasil, já beneficiou mais de 330 pacientes. Os dados são animadores: a sobrevida imediata após a cirurgia ultrapassa 80%, em linha com os resultados internacionais, o que prova a excelência da medicina pernambucana.
Após o transplante, a jornada continua com um acompanhamento rigoroso. A nova rotina exige medicamentos, fisioterapia e apoio de uma equipe multidisciplinar. A adesão ao tratamento e a força de vontade do paciente são cruciais, mas a recompensa é a possibilidade de recomeçar.
Apesar de todo o avanço, o grande desafio continua sendo a baixa taxa de doação de órgãos no Brasil. Muitas pessoas morrem na fila de espera. É fundamental que se entenda que a doação é um ato de solidariedade que pode transformar a partida de alguém em esperança para várias pessoas. Um único doador pode salvar até oito vidas.
O transplante de coração no IMIP é a prova de que a vida sempre encontra um caminho para florescer. É uma história de ciência, mas, acima de tudo, uma história de corações que se unem para bater em um novo ritmo. Mais do que prolongar a vida, o transplante cardíaco devolve o direito de sonhar.
Se você ainda não conversou com sua família sobre ser doador de órgãos, este é o momento, porque a vida continua — batendo no peito de alguém.
Cristiano Cunha – cirurgião cardiovascular e coordenador da Cardiologia do IMIP

