COLUNA

Brasil tem mais trabalhadores informais que formais

Informalidade é responsável por 38,9% da população ocupada no Brasil, segundo a PNAD Contínua
Por: Ecio Costa

Publicado em: 27/05/2024 10:17 | Atualizado em: 27/05/2024 10:19

Brasil tem 38,9 milhões de trabalhadores informais. Apesar de uma taxa de desemprego de 7,9% (8,6 milhões de pessoas), a informalidade é responsável por 38,9% da população ocupada no Brasil, segundo a PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE para o 1º trimestre de 2024.

O número de trabalhadores informais (38,9 milhões) é maior que o de formais (38 milhões). Caso a informalidade fosse considerada dentro da taxa de desemprego e os 38,9 milhões de trabalhadores informais fossem considerados e somados aos 8,6 milhões de desempregados, a taxa de desemprego iria subir para 43,7%, levando em consideração que a população na força de trabalho está em 108,8 milhões.

De acordo com o IBGE, a taxa de informalidade abrange os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada; empregadores sem registro no CNPJ; trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ; e, trabalhadores familiares auxiliares.

Esses valores ainda pioram quando a taxa de informalidade é analisada por estados, sexo, cor e faixas de renda. As regiões Norte e Nordeste têm as maiores taxas e os estados do Maranhão, Piauí e Ceará estão nos 3 primeiros lugares em informalidade, com 57,5%, 54,9% e 54,0% respectivamente. As Unidades da Federação com as menores taxas são Santa Catarina (27,4%), Distrito Federal (30,7%), e São Paulo (31,0%). Pernambuco tem taxa de informalidade de 50,2%.

Os pardos apresentam a maior taxa de informalidade (43,5%), seguidos por pretos (41,0%) e os brancos (33,6%). Os trabalhadores sem instrução têm 70,9% de taxa de informalidade, enquanto os trabalhadores com nível superior completo têm 19,1% de informalidade. Os homens apresentam informalidade maior que as mulheres, 40,3% em comparação a 37,0%. Ou seja, trabalhadores homens, pardos, sem formação e nas regiões Norte-Nordeste estão em sua maioria em empregos informais.

Esses resultados corroboram a situação já apresentada para os níveis de educação da população brasileira, segundo dados apresentados recentemente no Censo de 2022 pelo IBGE e não são por coincidência. As mesmas características para os níveis de baixa educação são observadas na taxa de informalidade da população brasileira. Ou seja, melhor educação gera melhores oportunidades de trabalho. Esse desigualdade é geracional e seu combate precisa ser tratado através de políticas públicas que tenham esse público como alvo.