Rain25° / 27° C

COLUNA

Throning: a cruel tendência que destrói a Geração Z

O throning ocorre quando uma pessoa usa outra como "trono" para alavancar status, influenciar opiniões ou se destacar socialmente

Publicado em: 26/11/2024 10:20

 (Foto: Freepik)
Foto: Freepik
A Geração Z, formada por jovens nascidos entre 1997 e 2012, cresceu imersa em tecnologia e redes sociais, onde a conexão digital muitas vezes supera as interações presenciais. Contudo, esse mundo hiperconectado trouxe novas dinâmicas sociais, muitas delas tóxicas. Entre elas está o throning, uma tendência cruel que transforma relações humanas em ferramentas de manipulação e ascensão social.

O throning ocorre quando uma pessoa usa outra como “trono” para alavancar status, influenciar opiniões ou se destacar socialmente. Não se trata de amizade, mas de interesse estratégico: quem manipula brilha, enquanto a vítima se torna um mero acessório. Por exemplo, um estudante popular usa um colega,  que possui uma casa grande, para dar uma festa e depois o descarta, ignorando-o. De acordo com uma pesquisa recente, 27% dos jovens da Geração Z já sofreram essa prática.

Esse fenômeno expõe um lado obscuro da convivência entre os nativos digitais. A Geração Z, frequentemente pressionada a atender padrões inalcançáveis de sucesso e validação online, enfrenta no throning uma ameaça emocional profunda. Muitos jovens relatam que, após serem manipulados dessa forma, sentem-se descartáveis, invisíveis e emocionalmente exaustos.

Além de destruir a autoestima, o throning compromete o futuro das relações humanas. Quando o valor de alguém se resume ao que ela pode oferecer em troca, a autenticidade desaparece. Para uma geração já marcada por ansiedade e crises de identidade, essa tendência representa mais um golpe em sua busca por pertencimento e significado.

DESEMPREGO ENTRE MULHERES NEGRAS É O DOBRO DE HOMENS NÃO NEGROS
 
 (Foto: Freepik)
Foto: Freepik


Uma análise recente do Ministério do Trabalho e Emprego destaca uma realidade alarmante: enquanto o desemprego entre homens não negros está em 4,6%, entre mulheres negras essa taxa salta para 10,1%. O número escancara uma desigualdade histórica que persiste no Brasil, onde gênero e raça atuam como barreiras estruturais no acesso a oportunidades.

Mesmo com avanços no acesso à educação e maior visibilidade das questões raciais e de gênero, as mulheres negras continuam enfrentando múltiplos desafios. Elas são frequentemente direcionadas para empregos informais e subvalorizados, ou então, enfrentam discriminação velada no processo seletivo, mesmo quando possuem qualificações superiores.

Por outro lado, homens não negros se beneficiam de um histórico de privilégios sociais e econômicos que lhes garantem maior estabilidade e empregabilidade. Essa disparidade não reflete apenas questões econômicas, mas também uma exclusão social que reforça ciclos de pobreza e limita o avanço de grupos vulneráveis.

Para mudar esse cenário, é essencial investir em políticas públicas que incentivem a inclusão, valorizem a diversidade no mercado de trabalho e promovam capacitações voltadas a mulheres negras. Somente ações concretas podem corrigir as desigualdades e abrir caminho para um futuro mais justo e igualitário.

MULHERES NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL DEFENDEM COTAS PARA LIDERANÇA
 
 (Foto: Freepik)
Foto: Freepik
 

Um levantamento inédito, conduzido pelo Movimento Pessoas à Frente, revelou que mulheres em cargos de chefia no serviço público federal apontam as cotas como uma ferramenta indispensável para corrigir a desigualdade de gênero em posições estratégicas. Apesar de serem maioria no funcionalismo público, as mulheres ocupam menos de 30% dos cargos de liderança, o que evidencia barreiras estruturais e culturais profundamente enraizadas.

Essas líderes destacam que a implementação de cotas não é uma concessão, mas uma estratégia que pode transformar as dinâmicas de poder no serviço público. Segundo elas, uma liderança mais diversa não só amplia a justiça social como também melhora os resultados da gestão, trazendo perspectivas distintas para decisões que impactam milhões de brasileiros.

O estudo ainda revelou que muitas mulheres enfrentam obstáculos invisíveis, como preconceitos sutis e a falta de redes de apoio, que dificultam sua ascensão. Por isso, além das cotas, foram sugeridas iniciativas como programas de mentoria, capacitação continuada e maior transparência nos processos de seleção para cargos de chefia.

Para o Movimento Pessoas à Frente, as cotas são o ponto de partida para mudanças estruturais. Elas garantem representatividade imediata, mas precisam ser acompanhadas de políticas que consolidem a equidade a longo prazo. Ao adotá-las, o serviço público federal dá um passo importante para refletir a diversidade da sociedade brasileira e construir um futuro mais inclusivo.

Mais Colunas

Acompanhe o Diario de Pernambuco no WhatsApp
Acompanhe as notícias da Xinhua