COLUNA

O perigo de amar demais

Transtornos psíquicos como o Transtorno de Ansiedade Generalizada e o Transtorno da Personalidade Borderline podem desencadear o "amar demais"

Publicado em: 09/04/2024 10:08

 (Foto: Freepik)
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A expressão “pessoas que amam demais” é um eufemismo, para quem sente um imenso medo diante de qualquer ameaça de abandono ou não-correspondência do afeto, o que desencadeia ações exageradas, em geral agressivas ou abusivas. Apesar de ser um forte sentimento de apego, não é amor. Inclusive, esse amar demais pode ser desencadeado por transtornos psíquicos como o Transtorno de Ansiedade Generalizada e o Transtorno da Personalidade Borderline. Com um tratamento adequado, pode-se aprender a amar de forma saudável, com o cuidado e carinho na medida certa, longe de  ciúmes excessivos, autoagressão ou violência contra o outro. 

O ser humano se conecta com o outro desde o nascimento. Assim, a ausência do objeto de desejo pode provocar reações funcionais ou não. Conforme a Teoria do Apego do psicólogo John Bowlby, as características do cuidado realizado pelo cuidador da criança, influenciam a forma como ela se apega às pessoas. Se o padrão for funcional, mesmo que ela sinta emoções negativas, diante da perspectiva de ausência, a criança ainda pode voltar a explorar o mundo. Se o apego for disfuncional, ansioso, a criança não é capaz de lidar com a ausência do cuidador. Assim, transforma-se num ser pegajoso, que exige garantias de retorno.

Teorias mais modernas dizem que a causa também pode ser genética ou devido a fatores socioculturais, eventos durante o desenvolvimento infanto-juvenil e experiências que atuam de uma forma complexa, gerando diferentes padrões de apego.

Por exemplo, pessoas que amam demais são mais frequentes numa cultura que associa amor ao ciúme e à posse do outro. Costumam dizer: “Sinto que não vou conseguir viver sem ele/ela”. Essa distorção é chamada de catastrofização. “Prefiro morrer a viver sem ele/ela”, também é uma frase comum nas pessoas que amam de forma destrutiva, o que pode levar ao suicídio ou crimes passionais. 

Para superar o amor excessivo é necessário reconhecer que esse “amar demais” é um problema. Investir no amor próprio e entender que amar não é sofrer ou desenvolver um cordão umbilical preso ao parceiro(a). É quantidade, mas também qualidade. Não é se aniquilar física ou mentalmente, muito menos ao outro(a), porque caso isto esteja acontecendo, é qualquer outra coisa, menos amor. 

PARQUES EÓLICOS OPERADOS SÓ POR MULHERES
 
 (Foto: Freepik)
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Ao procurar diversificar um ambiente predominantemente masculino, a companhia de energia AES decidiu que dois novos parques eólicos no Nordeste seriam operados somente por mulheres. O projeto saiu do papel nos últimos anos e hoje emprega 20 funcionárias em Tucano (BA) e Lajes (RN). Num primeiro momento, houve dificuldades de aceitação e dificuldade para encontrar equipamentos de proteção do tamanho das trabalhadoras.

Apesar dos esforços, o equilíbrio de gênero no quadro de operadores da AES ainda parece uma meta distante, pois no fim de 2023,  cerca de 86% dos contratados para operar nas usinas eram homens, fatia menor do que os 98% observados em 2020, mas ainda em patamar elevado. Contudo, a AES pretende ter ainda mais iniciativas para que a empresa seja mais equânime neste aspecto. 

NÚMERO DE MULHERES EM CARGOS DE DIRETORIA CAI PELA 1ª VEZ EM DUAS DÉCADAS NOS EUA
 
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O novo relatório da S&P Global Market Index afirma que, pela primeira vez em quase duas décadas, a porcentagem de mulheres na diretoria executiva de empresas americanas de capital aberto caiu. Ademais, o crescimento da porcentagem de mulheres em cargos de liderança corporativa sênior em geral quase não se alterou de 2022 a 2023.

Em 2023, as mulheres ocuparam apenas 11,8% dos cerca de 15.000 cargos de diretoria executiva avaliados, em comparação com 12,2% no ano anterior, segundo o estudo. Essa é a primeira vez que as mulheres perdem assentos desde 2005, ano em que a S&P começou a medir os dados. Enquanto isso, a taxa de crescimento ano a ano da representação das mulheres em cargos corporativos seniores em geral foi de apenas 0,5%, a menor taxa registrada em mais de uma década e bem abaixo da média de 1,2%.

A causa pode ser a diminuição dos esforços em fomentar a equidade. Ao analisar o que foi dito nas chamadas de lucros, os estudiosos descobriram que as empresas de capital aberto estão dedicando menos tempo à diversidade e à inclusão.

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