COLUNA

Sororidade: juntas somos mais fortes

A competição entre as mulheres é um dos frutos do machismo

Publicado em: 05/03/2024 10:44 | Atualizado em: 05/03/2024 10:55

 (Foto: gpointstudiogpointstudio/freepik)
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Rivalidade feminina é o oposto de sororidade. A necessidade da mulher de competir com as outras é um dos frutos inconsequentes do machismo. Durante milhares de anos ela se viu obrigada a disputar um marido, pois somente através do casamento poderia ter algum sentido social. 

 

Hoje não há tanta pressão para que se case, porque ela entrou no mercado de trabalho e consegue se sustentar. Contudo, o jogo machista secular se repete, quando em vez de enaltecer uma mulher por subir às  próprias custas, por sua absoluta competência, procura-se diminuí-la dizendo que só conseguiu porque fez sexo com alguém, porque é bonita ou até mesmo porque precisava ter uma mulher na posição, para parecer politicamente correto. 

 

Outro bom exemplo de reforço ao domínio masculino é bater palmas para o homem que pede folga para cuidar do filho, enquanto que quando a mãe faz o mesmo é recriminada por trazer problemas para a empresa, ou ainda, que ela não fez mais do que a obrigação. 

    

 Os homens são unidos, porque tiveram tempo para desenvolver a habilidade de se protegerem em conjunto. A mulher conseguiu sair de casa há pouco tempo, ainda está no processo de aprender a se posicionar. Ela só se torna realmente bem resolvida, quando entende que suas realizações não só a empoderam, como também fortalecem outras mulheres. 

 

Quando ao invés de criticar, tem o desprendimento de procurar qualidades na sua suposta rival para elogiar. É uma verdadeira heroína, quando abre portas para outras mulheres, pois sabe que ao fazer pelas outras , está fazendo por si mesma. 

 

 (Foto: pressfotopressfoto/Freepik)
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Pesquisa constata: mulheres têm mais empatia do que os homens

 

Pesquisadores da Universidade de Cambridge analisaram uma forma particular de empatia, conhecida como “teoria da mente” ou “empatia cognitiva”. Foram analisadas 306 mil pessoas em 57 países, incluindo Egito, Croácia, Argentina, Índia, Japão e Noruega. Em 36 países, as mulheres obtiveram pontuações mais altas de empatia cognitiva do que os homens. Nos outros países, as pontuações de mulheres e homens foram semelhantes. Os resultados foram consistentes ao longo da vida, de pessoas de 16 a 70 anos.

 

A empatia cognitiva é a capacidade mental de identificar e entender as emoções, perspectivas e pensamentos dos outros, sem internalizar os sentimentos dessas pessoa. É uma qualidade importante, pois governa a maneira como as pessoas interagem socialmente, afetando diretamente os relacionamentos como um todo. 

 

 (Foto: Freepik)
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Altos custos com cuidados infantis dificultam participação das mulheres no mercado de trabalho

 

Um estudo do BofA, Bank of America, constatou que o aumento nos custos dos cuidados infantis ao redor do mundo, dificulta a entrada das mulheres no mercado de trabalho. 

 

Nos Estados Unidos, a taxa de participação feminina na faixa dos 15 a 64 anos, está  abaixo da média de 70,7% dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 69% em 2022. No Brasil, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2023 observou  que 71% das mulheres estavam fora da força de trabalho.     

  

 Segundo o banco americano, a falta de estruturas de acolhimento de crianças a preços acessíveis tem sido, provavelmente há muito tempo, um dos principais impulsionadores da disparidade de gênero na força de trabalho. 

 

Os pagamentos de cuidados infantis de uma família cresceram 26% no ano passado e 32% em janeiro de 2024, em relação à média de 2019. Globalmente, esse aumento foi de 5% nos preços médios das creches, sendo que os Estados Unidos, a Suíça e o Reino Unido são os países mais caros, conforme dados da ECA Internacional, em 2023.

Assim, sem uma rede de apoio apropriada, as mulheres não conseguem se inserir no mercado de trabalho.

 

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