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Ginofobia: o medo irracional de mulheres

Temor irracional pode ser causado, dentre outras coisas, por genética, fatores ambientais e histórico familiar de fobias e transtornos de ansiedade

Publicado em: 24/10/2023 10:40 | Atualizado em: 24/10/2023 10:41

 (Foto: Freepik)
Foto: Freepik
A ansiedade social é interessante. Pode levar a temores irracionais como a ginofobia, que é o medo de se aproximar de uma mulher ou de ter uma relação sexual com ela. Também conhecida como ginecofobia ou ginefobia, quem a possui pode ter ódio ou má vontade até mesmo com as próprias irmãs ou mães. 

Os homens ginecofóbicos evitam as mulheres talvez por causa de uma experiência negativa na infância, através de algum abuso físico, sexual ou mental cometido por uma figura feminina. Inclusive, alguns deles tendem a adiar o casamento por causa de tal medo.
 
A genética, fatores ambientais e histórico familiar de fobias e transtornos de ansiedade também podem causar a ginofobia. 

Na adolescência ou juventude pode ser relacionada ao medo de ser odiado, rejeitado ou indesejado de alguma forma, quando está perto de mulheres. O temor também pode ser desenvolvido após repetidas experiências negativas com mulheres ou por ouvir, frequentemente, outras pessoas tendo uma vivência ruim com elas. Abandono ou abuso físico infligido por mães rigorosas também podem causar a ginofobia. 

Os principais sintomas são: 

  • A ansiedade se intensifica quando uma mulher se aproxima fisicamente. Evita-se encontros sociais com elas, procurando sair do caminho para não encontrá-las. 
  • Medo esmagador das mulheres. Tendência para sentir pânico ou ataques de ansiedade diante da possibilidade de enfrentar uma mulher. Isso inclui sintomas como falta de ar, aumento da freqüência cardíaca, sudorese, boca seca, incapacidade de formar palavras / frases, etc.
  • Retirada social sempre que as mulheres estão envolvidas.
  • Dificuldade em realizar tarefas diárias devido a esse medo.
  • Má vontade ou desdém para com todas as mulheres ao seu redor. Acreditar, profundamente, que todas as mulheres são “mentirosas e trapaceiras”.
  • Tonturas quando se pensa ou vê uma mulher. Os sintomas físicos incluem batimentos cardíacos acelerados, sudorese, aperto no peito, dor de estômago e dificuldade para respirar.
  • Muitas vezes, o medo das mulheres pode ser canalizado para a mãe ou irmãs.
  • Às vezes, desordens psicológicas como a esquizofrenia, depressão bipolar, e etc, também podem causar a ginofobia.
  • Muitos ginofóbicos são incapazes de trabalhar com colegas e patrões do sexo feminino. Eles tendem a desprezá-las ou podem questionar a autoridade delas. 

Se a ginofobia interfere no funcionamento do cotidiano, então é hora de procurar tratamento. Dicas para tratar ou acabar com ela: 

  • Tenha um plano para enfrentar o que pode acontecer de pior. Faça uma lista de tudo o que pode dar errado e monte estratégias para dar certo, para saber lidar com qualquer situação que advenha. 
  • Fale positivamente: “Este é o meu maior medo e eu posso superá-lo.”
  • Dê pequenos passos até se sentir à vontade. Trabalhe para melhorar certos aspectos de sua vida para aumentar sua autoconfiança até o ponto em que você possa começar a conversar com mulheres confortavelmente.
  • A falta de auto-estima é a causa mais comum de nervosismo. Reconheça o seu valor. Veja-se como um indivíduo valioso que merece ser amado e respeitado.
  • Imagine conversar com mulheres com segurança, sem hesitação, em vez de imaginar medo e rejeição. A visualização ajuda você a se sentir mais confiante em relação a si mesmo ao enfrentar mulheres na vida real.
  • Não tenha medo da rejeição. Não se preocupe com o que vai acontecer e se essa pessoa vai te rejeitar. Apenas seja você mesmo e fale com ela sem prestar atenção ao resultado.
  • Não se julgue e pense que ninguém vai te ouvir e você vai se fazer de bobo. Toda vez que você pensar dessa forma, modifique seus pensamentos e substitua-os por outros mais positivos que o ajudem a se sentir mais calmo.
  • A gestão do estilo de vida inclui meditação para reduzir a ansiedade. Técnicas de relaxamento, como ioga e respiração profunda,  ajudam a lidar com a ansiedade e o estresse.
  • É importante encontrar a causa raiz da ansiedade que leva ao medo das mulheres, a fim de trazer esses sentimentos à tona sob controle. Esta é a chave para superar a ginofobia.
  • Muitos fóbicos têm encontrado alívio através da terapia cognitivo-comportamental, terapia da conversa e psicoterapia de diferentes tipos.
  • A hipnoterapia é uma outra técnica promissora que mergulha profundamente na mente do fóbico, para descobrir a raiz da causa da ginecofobia.
  • Aconselhamento, terapia de exposição gradual e programação neurolinguística também podem ajudar a vencer o medo de mulher.

IMPOSTO ROSA PREJUDICA A SAÚDE DA MULHER 
 
 (Foto: Freepik)
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A empresa de serviços financeiros Deloitte, no seu mais recente relatório, constatou que as mulheres estão pagando o que ficou conhecido como “imposto rosa”, pelos seus cuidados com a saúde. Gastam mais do próprio bolso do que os homens e, principalmente, quando se trata de câncer de mama, as despesas extras podem ser um peso tão grande, que acaba interferindo na saúde delas.

Nos Estados Unidos, as mulheres que têm seguro de saúde através dos seus empregos desembolsam cerca de US$ 15,4 bilhões a mais em custos diretos com cuidados de saúde do que os homens com seguros semelhantes. Embora a análise conclua que as mulheres vão ao médico e utilizam mais os benefícios do que os homens, elas têm 10% mais despesas de saúde. Quanto às despesas desembolsadas, ainda são 18% mais elevadas, mesmo depois de eliminado o elevado custo dos cuidados de maternidade, que são 20% maior. 

Assim, há um custo desproporcional que as mulheres têm que pagar, que está além do custo relacionado às diferenças na utilização. Aliás, as companhias de seguros parecem cobrir uma parcela menor dos serviços para as mulheres, em comparação com os homens. Os exames de câncer de mama, por exemplo, muitas vezes podem custar mais do que muitos outros exames de identificação do câncer.

TRABALHO HÍBRIDO E REMOTO AUMENTOU A AMBIÇÃO FEMININA 
 
 (Foto: Freepik)
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Segundo a pesquisa anual da Lean In, organização que trabalha pela equidade de gênero, Women in the Work Place, a flexibilidade oferecida pelos modelos de trabalho híbrido e remoto impulsionou o crescimento da ambição das mulheres. Entretanto, elas ainda enfrentam obstáculos significativos para subirem na carreira, como microagressões e menos promoções no início de suas trajetórias profissionais, que ainda são mais significativas quando se tratam de mulheres negras. 

O estudo foi feito com 27 mil entrevistas com profissionais de 270 empresas. Do grupo feminino, 81% delas relataram o desejo de serem promovidas este ano, o que representa um aumento em relação a 2019, quando apenas 70% disseram o mesmo. A ambição dos homens também aumentou, com a parcela daqueles que desejam subir na hierarquia corporativa indo de 74% em 2019 para 82% este ano. Tanto as mulheres negras quanto as mais jovens são particularmente ambiciosas – mais de 90% esperam crescer profissionalmente no próximo ano.

Devido ao trabalho híbrido e remoto adotados após a pandemia, mães com filhos pequenos valorizam muito a flexibilidade. Sem esse benefício, 57% das mulheres com filhos teriam que reduzir a jornada ou pedir demissão. Mais da metade das entrevistadas também aponta a redução da pressão com a aparência como um benefício do trabalho remoto.

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