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Você sabe o que é sexting?

Publicado em: 12/10/2022 14:15

 (Foto: Reprodução/Freepik)
Foto: Reprodução/Freepik
Considera-se sexting, a contração da palavra sex - sexo, com texting - mensagens de texto, pois foi assim que começou a prática de trocar mensagens picantes, eróticas e com teor sexual entre os jovens através do SMS, essa prática começou nos EUA por volta de 2005. Com o avanço da tecnologia, o que já era compartilhado através de texto, evoluiu para imagens, fotos e vídeos e migraram para outros meios digitais, passaram a povoar os e-mails, webcams, os aplicativos de comunicação, como WhatsApp e Telegram, e até as redes sociais, diversificando o sexting.

A conduta pode até fazer parte da expressão da sexualidade na adolescência, mas nem sempre por iniciativa própria, muitas vezes são os amigos/colegas que já têm o hábito de praticar o sexting que acabam incentivando, ou mesmo por pressão do “crush” ou namorado. Quem está sendo pressionada pode ceder para não se sentir por fora, antiquada, para evitar ser criticada, ou até “ameaçada” pelo namorado que muitas vezes afirma que vai terminar o namoro, com a pressão pode parecer que o sexting é a solução de tudo, mas não é.

Para evitar que a pressão convença, é indispensável que haja diálogo familiar e conscientização acerca dos riscos dessa prática, evitando assim problemas futuros, em especial, quando se trata de adolescentes, pois normalmente nessa fase, os jovens gostam de se aventurar, de criar situações que sejam instigantes, que causem adrenalina, além de serem naturalmente mais inconsequentes e mais suscetíveis à pressão.

A conversa franca é indispensável, e sempre será o melhor caminho, é interessante mostrar situações reais, apresentar histórias de pessoas que praticaram sexting e passaram por problemas e situações traumáticas por terem sua intimidade exposta. 
É importante demonstrar que há diversas possibilidades de o conteúdo compartilhado vazar, e nem sempre elas estão relacionadas à maldade ou à intenção de prejudicar quem compartilhou. Entender esse fato facilita a percepção de que é possível ter um conteúdo exposto por fatores alheios à vontade dos envolvidos, situações como, perda, furto ou roubo do dispositivo onde estava armazenado o conteúdo, além de possibilidade de invasão do dispositivo através das mais variadas vias, a exemplo do wifi gratuito, e de e-mails com vírus, são algumas das situações que fogem ao controle, e os praticantes de sexting vão precisar lidar com as consequências da exposição.

Cabe uma atenção especial aos relacionamentos que tiveram início através da internet, afinal nunca se sabe quem está atrás da tela, nem mesmo se a pessoa é de confiança ou quem diz ser. Todo cuidado é pouco!

Vale ressaltar, que, segundo a SaferNet, em 2019, as mulheres representavam 66% dos casos denunciados na ONG, e em 2020, a exposição de imagens íntimas ocupou o 2º lugar no ranking de denúncias. 

Quando a exposição ocorre, muitas vezes, a vítima precisa mudar de escola, emprego, endereço, mudar seus hábitos, alterar sua rotina, se esconder, cortar laços, desfazer amizades, e por consequência do ocorrido, pode desenvolver ansiedade, depressão, síndrome do pânico, autolesão, podendo chegar a tirar a própria vida. 

É preciso mais empatia nesses casos para compreender que a culpa NUNCA é da vítima, é preciso se colocar no lugar da outra pessoa, não cabe a ninguém julgar, apontar dedos, apresentar eventuais equívocos, tampouco recriminar. A situação já é suficientemente constrangedora e humilhante. 

Por fim, cabe aos pais, responsáveis e educadores, demonstrar para os jovens os riscos e consequências dessa prática, e fazê-los refletir se alguns momentos de satisfação e prazer podem justificar tamanho risco. 

Na próxima semana vou desdobrar o tema, abordarei o compartilhamento de nudes sem consentimento e a pornografia de vingança, além das penas cabíveis para esses crimes.

Até lá!

Tags: sexting |

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