Coluna
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As mudanças climáticas estão realmente fazendo estragos. O ciclone que alcançou a região Sul do Brasil há poucos dias é um exemplo concreto. E aqui em Pernambuco voltamos a ver enchentes assolando diversas cidades no inverno. As últimas chuvas deixaram cerca de 2 mil desabrigados e trouxeram consigo o debate sobre a retomada de obras de barragens inacabadas. Os governos passados, sob liderança do PSB, prometeram cinco, mas só a Serro Azul foi concluída.
A governadora Raquel Lyra disse estar empenhando esforços junto ao Governo Federal e aos parlamentares, neste caso via emendas orçamentárias, para captar os recursos e finalizar as outras quatro barragens de contenção de enchentes da Zona da Mata Sul: Panelas II, Gatos, Barra de Guabiraba e Igarapeba. Panelas II deve ser licitada em agosto.
O problema é que na época em que se planejou essas barragens, os municípios de Moreno e Jaboatão não sofriam com enchentes. E hoje isso é um sério problema, principalmente em Jaboatão, que concentra importante polo logístico, e que tem travado com as enchentes.
As águas trazidas por tempestades mais recorrentes encontram um rio intensamente assoreado. Sem espaço no leito, trasbordam. A barragem que atenderia aquelas cidades é a barragem do Engenheiro Pereira, que não tem entrado no discurso do governo.
Podcast
Para entender a situação, entrevistei o engenheiro Walter Kleiton Lins, especialista em hidrologia, e o arquiteto e urbanista Carlos Frederico Moreira Lima. Eles são os convidados do podcast Diario Econômico desta semana, que está nas plataformas de streaming do Diário de Pernambuco.
Barragem
Projetada para acumular 25 milhões de metros cúbicos de água, a barragem do Engenho Pereira foi concebida para contenção de enchentes do Rio Jaboatão e também para solucionar o abastecimento de água de várias cidades. Até 2014, ela consumiu R$ 50 milhões, grande parte na desapropriação de terras. E a obra parou. Para ser finalizada, serão necessários mais R$ 80 milhões.
Mobilização
Diante da situação, a frente Somos Todos Muribeca, que reúne associações dos bairros, paróquias da região e especialistas na situação hidrológica do rio Jaboatão, começou a pressionar pela barragem. Mas o pacote é maior: além da barragem, é necessária a dragagem do rio Jaboatão. O problema está posto.
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